por Marta Relvas
Vamos entender o que acontece com o nosso cérebro quando gatilhos emocionais são disparados e perdemos o controle emocional.
Essas reações são saudáveis por incrível que pareça! Sinal que seu corpo reage aos estímulos.
O medo é químico e acontece nos circuitos cerebrais, nas trocas neuroquímicas entre as células neurônios e a zona que nos protege involuntariamente do perigo, as amígdalas cerebrais. Desde que seja direto e real, é perfeitamente normal se proteger.
Ao sentir-se ameaçado, o indivíduo acelera o metabolismo, antecipando a necessidade iminente de fugir ou de defender. O corpo lança uma corrente de hormônios vasoconstritores e aceleradores de frequências cardíaca, entre os quais estão a epinefrina, a norepinefrina e o esteroide cortisol.
O que acontece quando esses hormônios são lançados no corpo?
O coração começa a bater mais rápido e mais forte, a pele fica fria e arrepiada, os olhos se dilatam para enxergar melhor e as áreas do cérebro envolvidas na tomada de decisões recebem a informação de que é hora de agir. É nesse momento que entra em ação as amígdalas cerebrais – responsáveis pelos processamentos das emoções primitivas, do medo e do ódio, amor, raiva e são vizinhas do cérebro límbico – primitivo, tendo também como função de arquivar as memórias emocionais.
Cérebro emocional é mais rápido do que o pensante
O neurocientista Joseph E. LeDoux em seu livro – O Cérebro Emocional, diz que são necessários apenas 12 milissegundos para que as informações emocionais possam ser enviadas para o tálamo, onde são processadas e conduzidas para as amígdalas cerebrais. Ele chama esse cérebro emocional de "estrada secundária", enquanto que a "estrada principal" ou o cérebro pensante leva de 30 a 40 milissegundos para processar um acontecimento qualquer. As pessoas têm medos que não entendem ou não conseguem controlá-los por que eles são processados pelas estradas secundárias, e somente segundos depois, é que o cérebro pensante entende o que aconteceu.
E o que podemos falar sobre o medo emocional?
Não há tratamento padrão, pois os sintomas variam de um indivíduo para outro. O corpo libera alguns hormônios de "lutar ou correr", mais facilmente que os outros. Até o momento, terapias farmacológicas e comportamentais são algumas alternativas que as pessoas podem recorrer. Caso o medo atrapalhe seu cotidiano e sua vida social, procure ajuda.