por Arlete Gavranic
É comum receber e-mails no Vya Estelar ou mesmo pessoas no consultório que relatam ter longos períodos de abstinência sexual dentro de relacionamentos estáveis.
Vamos entender isso. Em geral quem boicota esse sexo é a mulher. O motivo principal é a falta de afeto, carinho e romantismo na relação.
É a ‘síndrome de cinderela’. A mulher recolhe e guarda mágoas por não receber essa atenção afetiva. Ela sente o parceiro desejando só o sexo; sem contar suspeitas traição que deixam aguçadas angústias e insatisfações.
Outras perdem o desejo sexual devido ao comportamento frágil e submisso do parceiro em relação à sua família de origem: aquele filho imaturo que continua dependente, financeira e ou emocionalmente dos pais.
Outras esperam e cobram desses homens que partilhem com elas o papel de educar filhos, e não façam só o papel do pai bonzinho ou legal. Elas esperam um homem/pai que coloque limites, converse, oriente… Sendo esse homem completo, ele despertará mais facilmente esse desejo sexual.
Já o homem raramente faz esse boicote, mas quando acontece em geral pode estar interessado em outra mulher ou pode ter perdido o interesse em função do próprio desgaste da relação. Além do mais, o sexo do homem é muito mais genitalizado e ele necessita de novidades, que podem inclusive ser supridas se masturbando, acessando sites pornôs. Mas isso não significa que ele não goste dela, mas sim, que a atração está prejudicada, pois o homem é muito mais visual.
Muitas mulheres falam como se fosse natural ficar um, dois ou três meses sem sexo. Eu sempre converso com elas e pergunto se elas realmente gostam desse parceiro ou se esse boicote é um jogo de poder onde ela inconscientemente tenta se fazer desejada por ele. Outras vezes o sexo pode virar moeda de troca por um presente muito desejado, uma viagem, algo que faça com que esse homem se submeta ao desejo dela, satisfazendo-a. Aí ela se sente valorizada por ele realizar seus desejos. Mas nem sempre essa história de boicote dá certo. Essa carência e insatisfação sexual podem abrir portas para a infidelidade dele.
Sintomas físicos
Esse desinteresse sexual pode ser também influência de déficit hormonal, distúrbios de tireoide, excesso de progesterona (hormônio feminino) ou de prolactina (hormônio que estimula a produção de leite), ou ainda déficit de ferro…
O fato é que relacionamento pede sempre cuidado e investimento. Tanto questões hormonais ou emocionais, ambas requerem tratamento.
O que deve ser evitado é se acomodar e achar que relacionamento é assim e que casais viram ‘amigos’ ou ‘irmãos’. Isso não pode acontecer, pois o espaço para a infidelidade fica aberto. E isso pode trazer ressentimentos difíceis de serem cicatrizados e aí o casal torna-se inimigo.
Dicas para reaproximação
– Veja quais as causas que mais te afastam, mostre para o parceiro;
– Jogue mágoas na lixeira! Sem chantagear ou manipular, fale do que você espera dele;
– Tentem ouvir um ao outro, não briguem, negociem mudanças, tentativas;
– Reinvistam no namoro, deixem a preguiça de lado;
– Tenham tempo para ser casal. Uma a duas vezes por semana façam algum programa a dois, é o mínimo necessário;
– Passeiem a dois;
– Façam carinhos, beijem-se. Namorem no cinema, no carro, no sofá da sala;
– Deixem o prazer dessas caricias tomar conta;
– Resgatem o tesão de namorar e aí… deixem o tesão conduzir o caminho restante.
Boa sorte!