Um grupo de psicólogos evolucionistas das Universidades do Texas, em Austin, e da Universidade de Harvard, ambas nos Estados Unidos, realizou um estudo sobre três séculos de literatura em língua inglesa e três clássicos literários asiáticos de até 2 mil anos em busca dos referenciais de beleza feminina.
A literatura demonstrou ser repleta de tributos românticos à gordura, mas relativamente poucos à magreza. O que parece contar, nas referências literárias, é a relativa estreiteza da cintura. Nas obras asiáticas, a cintura fina demonstrou ser ainda mais apreciada, embora não tenha sido encontrada nenhuma referência elogiosa à beleza arredondada. Nos dois épicos indianos, a exaltação à cintura fina teve 35 menções, enquanto as outras partes do corpo reuniram um total de 26. Na poesia chinesa, a cintura fina foi evocada 17 vezes, enquanto seios, nádegas, quadris e coxas não foram citados nenhuma vez; uma única referência romântica às pernas femininas foi encontrada.
Cintura fina: sinal de boa saúde e fertilidade
O estudo, publicado no jornal britânico Proceeding of the Royal Society B. defende que essas referências demonstram que a cintura fina é um objeto de desejo que supera o tempo e as culturas. A explicação, segundo os autores, é que a cintura fina é sinal de boa saúde e fertilidade. Os homens instintivamente avaliam que mulheres com essa característica têm potencial para uma reprodução bem-sucedida e, portanto, para perpetuar seus genes.
Pesquisas modernas estabelecem, de fato, um vínculo entre a obesidade abdominal e diminuição de estrogênio, uma fecundidade reduzida e um risco maior de desenvolver doenças sérias. Mesmo sem o benefício do conhecimento médico moderno, tanto escritores asiáticos quanto britânicos intuíram o vínculo biológico entre beleza e saúde, afirmaram os autores do estudo. E concluíram que apesar da variação das descrições de beleza, a marca de saúde e fertilidade, a cintura fina, sempre foi um símbolo imutável de beleza feminina.