por Gilberto Coutinho
Originária da Índia, a Cannabis sativa (maconha ou cânhamo indiano) é cultivada nas regiões quentes como planta têxtil, oleaginosa, medicinal e narcótica. Seu plantio constitui um grave problema de saúde pública, uma vez que a planta se desenvolve em muitas regiões.
Mesmo com ausência de provas científicas suficientes, o Ministério da Saúde na Holanda, autorizou a prescrição da maconha como remédio, por inalação ou infusão (na forma de chá), para aliviar sintomas de dor crônica, náusea, falta de apetite e rigidez muscular em pacientes portadores de doenças graves como AIDS, câncer e esclerose múltipla. O seu uso medicinal exige dos profissionais de saúde um controle rigoroso e grande conhecimento farmacológico. Isto porque a maconha afeta os sistemas: nervoso, respiratório, circulatório, digestivo, excretor e reprodutor.
Mas a maconha serve para preparar medicamentos calmantes do sistema nervoso. Pode ser utilizada nos tratamentos da depressão nervosa, nervosismo excessivo, esgotamento nervoso, enxaquecas, tosse asmática e também como anestésico local na terapia dentária.
No entanto, seu uso popular como narcótico, em muito inviabiliza seu uso terapêutico. E, além de tudo, existem diversas outras plantas medicinais, calmantes como a kava kava e a passiflora, que apresentam resultados terapêuticos semelhantes e muito mais efetivos e seguros, sem os efeitos indesejáveis e os riscos de dependência psíquica da maconha.
Risco de câncer e impotência
Uma espécie de alcalóide produzido durante a queima do cigarro de maconha, é comprovadamente cancerígeno e seu poder destrutivo é muito maior do que o do tabaco. O uso crônico da maconha também pode causar impotência sexual.
Efeitos da maconha
Excitação, euforia, apatia, distorções na avaliação do tempo e espaço, distorção da realidade, necessidade irresistível de falar, exagero mórbido do apetite, alucinações, sobretudo visuais, palidez, alterações da memória e da concentração, taquicardia, irritação ocular, pupilas dilatadas, boca seca, ansiedade intensa, sonolência, dificuldade em focar objetos e de fixar a atenção.
A maconha e a personalidade
O uso mais ou menos prolongado da maconha determina graves perturbações da personalidade. A maconha provoca quadros de pânico, temor de loucura, desmotivação geral e quadros psicóticos paranóides (delírio crônico mal estruturado, incoerente, que se evolui para um enfraquecimento intelectual). A droga embota a mente e diminui o autocontrole. O usuário torna-se inquieto, matreiro, relaxado, alegre (falsa sensação de contentamento e de bem-estar).
Estudos
Estudos científicos realizados na Universidade de Macquarie em Sidney (Austrália), concluíram que a maconha afeta seriamente a memória, os reflexos e o poder de concentração. Tais danos à saúde são proporcionais à quantidade de cigarros fumados e o tempo de duração do vício. O estudo revelou que os danos ocasionados ao cérebro, na maioria dos casos, são irreversíveis.
Os estudos também demonstraram que a ingestão de bebidas alcoólicas (em grandes quantidades) concomitante ao uso de cigarros aumentam as chances de uma pessoa, com predisposição à esquizofrenia, de sofrer um surto e revelou um maior índice de suicídio, comparado ao uso da cocaína.
Também se observou uma maior tendência ao suicídio, entre as pessoas usuárias de maconha, que apresentavam algum tipo de distúrbio ou perversão sexual.