Ao se recolher, você abre espaço para o autoconhecimento e o esvaziamento emocional, levando-o a ter uma relação mais construtiva com você, com os outros e com a vida; entenda por que é importante silenciar o barulho interno
O recolhimento comportamental e emocional, muitas vezes, é necessário para que possamos entender e escutar o nosso “próprio eu”. Refiro-me àquela “voz interior” que todos nós temos, mas nem todos conseguem ouvi-la. Sabe por quê? Porque tem barulho demais dentro de você.
Gosto muito de uma frase do Fernando Pessoa que nos diz assim: “Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.” Então, é um pouco sobre isso. Temos muitos de nós aqui dentro. Ou seja, temos muitas versões nossas para darmos conta no dia a dia. E é por isso que o processo de autoconhecimento é fundamental para que o esvaziamento emocional seja executado de forma cada vez mais construtiva na nossa vida.
Se recolher: por que é importante silenciar o barulho interno
O mundo está barulhento demais, e muitos de nós têm também um barulho imenso internamente. Barulho esse que nos impede de escutar as nossas verdades mais sinceras, que nos impede de evoluir e de sermos mais empáticos com os outros. Barulho que não nos deixa ser quem podemos ser: nós mesmos.
E muitos passam a ser o que as pessoas aprovam que elas sejam. Nesse processo de ser quem não se é… as pessoas estão se perdendo nos seus “barulhos emocionais”. É preciso silenciar o barulho interno primeiro, para que possamos ter condições de ouvir o que se passa no externo. E, assim, sermos transformados e ressignificados.
Pergunte-se: “O que posso mudar em mim?”. “O que posso melhorar em mim?”.
Convido você hoje a se recolher, talvez até a recuar um pouco, para que, assim, possa avançar mais na frente. E sim, experimentar um avanço com maturidade emocional de verdade. E lembre-se: “O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”. Grata por este ensinamento, Jean-Paul Sartre. É isso.
Karina Simões
Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online
