por Roberto Shinyashiki
Uma roseira é uma roseira, e tudo o que produzir tem de partir de sua essência de roseira. Eu não imagino uma orquídea angustiada por não produzir laranjas nem uma laranjeira infeliz porque não aparecem pêssegos entre suas folhas.
A felicidade profissional vem quando trabalhamos em algo que verdadeiramente tenha a ver com a nossa vocação.
Quando não trabalhamos de acordo com a nossa missão pessoal, ficamos irritados, de mau humor, entediados e, por conseqüência, não conseguimos servir a ninguém.
Um artista pode trabalhar como bancário, mas terá de ser "um bancário artístico" para não perder o amor à vida e ao trabalho. Se ele lutar contra a sua essência e apagar a sua sensibilidade, fará um grande mal a si próprio e, provavelmente, não conseguirá economizar dinheiro para se tornar artista 24 horas por dia.
Talvez você esteja com vontade de dizer que se sente frustrado porque precisa trabalhar com algo que não tem nada a ver com você, mas garante o seu salário. Se isso não tem nada a ver com você, daqui a pouco vai acabar sendo demitido por falta de competência. Sabe por quê? Porque vai trabalhar sem paixão, não terá de desejo de estudar para se aprimorar e o seu resultado vai acabar comprometido.
Se você está frustrado com a sua profissão, é chegada a hora de uma revisão de vida.
Aproveite este momento para analisar qual a sua verdadeira vocação e vá atrás do seu sonho. Talvez você precise de algum tempo para essa transição, mas não se abandone atrás de uma mesa fazendo algo que não tem nada a ver com você até chegar o "glorioso" dia da aposentadoria. Analise a sua vocação, os seus talentos e corra em direção aos seus sonhos.
Por mais que escolha a profissão de acordo com a sua vocação, haverá inúmeras tarefas que não são fáceis de cumprir, mas que você realizará por amor e por respeito à sua missão e às pessoas que dependem de sua competência.
Há quem escolha determinada carreira para realizar os sonhos da família. Pode ser que o pai, na juventude, tenha tentado ser médico, mas como não conseguiu realizar seu desejo, quer agora que o filho ou a filha siga essa carreira custe o que custar.
Pode acontecer também que o pai seja um poderoso empresário e queira que o filho perpetue seu negócio, mas ele não tem a mínima vocação ou habilidade para tocar a empresa!
Há aquelas pessoas que, por causa da crise econômica, escolhem a carreira pensando no retorno financeiro. O que dá dinheiro? Informática, telecomunicações, tecnologia da informação? Poucos percebem que optar por uma profissão sem paixão é como se casar sem amor com alguém muito rico. Se já é trabalhoso ser fiel a uma vocação autêntica, a coisa fica muito pior quando não há desejo!
Finalmente, existem aqueles que escolhem a carreira para evitar problemas. São os novos empresários que pretendem montar um negócio porque não querem ter chefes. Logo descobrem que possuir o próprio negócio é transformar cada cliente num chefe. E, se não tinham capacidade para entender um, como poderão servir a cinqüenta?
Não importa qual a sua idade, é sempre importante dar uma pausa na correria do trabalho para analisar se você está realizando a sua vocação. Muitas pessoas fogem dessa reflexão com medo de descobrir que estão no caminho errado. Fazer uma mudança radical requer esforço, mas é melhor se esforçar para virar o barco no rumo do seu coração do que ter de se arrastar todos os dias para um trabalho que não tem nada a ver com ele.