Por Blenda de Oliveira
Infelizmente, nem sempre a família é o núcleo que nos provê segurança, bem querer recíproco e reconhecimento. Não há garantia de que, sendo família, os afetos serão positivos e as ações serão construtivas. Não!
A família é formada por pessoas que possuem características próprias, crenças, interesses particulares e preferências que nem sempre correspondem às expectativas do grupo familiar.
Há famílias que raramente reconhecem os seus membros com admiração, elegem alguém de fora, que se torna no merecedor preferencial de estima e consideração. É um problema? De jeito nenhum. Apenas é importante regular as exigências e a idealização que se fazem em relação aos membros do grupo familiar.
Porque são mãe, pai, filho, filha, avô, avó, tio, tia e outros, os laços sanguíneos não asseguram disponibilidade, interesse ou qualquer coisa parecida. Ninguém, a partir do grau de parentesco, está predestinado ou é obrigado a nos amar. E, vice-versa.
Sem duvida, há famílias aconchegantes, que cercam os seus integrantes com carinho e alegria. São aquelas que julgam pouco, não fazem jogo de preferências e têm, na sua cultura interna, a aceitação da diferença, diversidade e escolhas peculiares. São, igualmente, aquelas em que cada membro não foge da responsabilidade de desempenhar, consciente e ternamente, o papel que lhe cabe na construção de um lar.
Uma boa família é um lugar onde queremos sempre estar, voltar, podendo ser quem somos, respeitando as individualidades e estabelecendo, como ponto de encontro, a real e genuína admiração por todos aqueles que compõem a unidade familiar e fazem parte da sua origem. A família, bem ou mal, é um grande patrimônio na formação da nossa identidade. Por isso requer cuidado e empenho, contínuos.