No texto anterior expus as vulnerabilidades que podem te levar ao estresse. Estas vulnerabilidades mencionadas diferem em sua natureza, mas têm em comum um veículo que as leva do estado latente para o pico do estresse e para a ação prejudicada: o pensamento.
Mesmo no caso da depressão endógena, isto é, aquela que tem uma base biológica, o pensamento cria dificuldades e se torna o meio pelo qual essa vulnerabilidade encontra expressão.
De modo algum pretende-se minimizar a gravidade da apatia, do desânimo, da tristeza e da angústia que fazem parte do quadro depressivo. Nem quero diminuir a importância dos fatores orgânicos envolvidos. Sabe-se, no entanto, que quando se consegue mudar o modo de pensar de quem está nesse estado, o tratamento farmacológico da depressão tem mais chance de dar certo. O mesmo pode ser dito da ansiedade genética.
Mudança de pensamento: objetivo
A mudança de pensamento tem na área da psicologia o nome de “reestruturação cognitiva”, pois objetiva mudar, reformular as cognições que possam estar criando dificuldades.
É importante saber que nem todas as vulnerabilidades vão deixar de existir porque se mudou as cognições nelas envolvidas.
Se a vulnerabilidade que a pessoa apresenta foi adquirida durante a sua história de vida, como uma tendência a ver o mundo de modo amedrontador, típico do quadro de ansiedade, então, quando se muda o modo de pensar, ela pode ser eliminada completamente. Porém, se a vulnerabilidade for geneticamente determinada, como uma depressão de base biológica, o que se consegue é um melhor manejo da mesma, ainda que para tratá-la seja necessário recorrer ao uso de medicação.
Quem não se sente vulnerável?
A questão é identificar, compreender sua história, mover uma ação para minimizar seus efeitos danosos e responder orvalhando e, mesmo que perca a hora de adormecer, nunca perca a hora de despertar.