Por Ana Lúcia Paiga
Já reparou que há pessoas que “quase” chegam lá, mas sempre algo acontece e elas não conseguem concluir o que começaram?
Colecionam vários projetos inacabados, sempre tem uma justificativa para desistir e iniciar uma outra coisa.
Podem até ter boas ideias, mas não as realizam. Já vi grandes talentos desperdiçados por sabotadores internos.
Gente que passa a vida “tentando”.
Numa das sessões, Rogério chegou esgotado, sem energia e com aquela sensação de “dejá vu” – veja textos anteriores.
Mais uma vez todo seu esforço tinha dado em nada. Diante de algumas dificuldades, tinha desistido de prosseguir.
Desde o início ele tinha oscilado entre a euforia de iniciar um novo curso que o deixaria melhor preparado para seu trabalho e o desânimo de achar que não seria capaz de conseguir. Como sempre, resolveu “tentar”, mas agora sentia-se fracassado e ainda mais convencido de que “tudo é muito difícil”. O horário era puxado, fora de mão, o professor era um tirano…
Isso acontece quando a criança recebe a mensagem dos pais de que não é capaz. Como não confia em si, não age de maneira planejada e em geral não obtém bons resultados. Cada frustração reforça a crença e desperdiça toda a energia investida, mantendo a pessoa no mesmo lugar.
É como um carro patinando na lama: quanto mais acelera, mais afunda. Para sair dessa situação, é necessário analisá-la e criar uma estratégia.
O quase, vira nunca e no final os fatos confirmam a crença inicial da Criança: não sou capaz.
Para sair desse script, há que se transformar o conteúdo Crítico do ego Pai, em Nutritivo.
A Criança precisa ser estimulada a planejar suas escolhas e terminar o que começou, acreditando em si mesma e se permitindo ter sucesso.
Com disciplina e alguns limites protetores, a pessoa passa a “fazer e não tentar”.
Depois de listar todas suas tarefas interrompidas, Rogério saiu com a tarefa de concluir tudo o que decidir fazer, bem como mudar sua linguagem.
“Vou fazer.”
Que tal rever seus projetos?…