por Anette Lewin
"Quero me separar, mas não tenho coragem…"
Resposta: Em primeiro lugar, o ato de separar-se, em nossa sociedade, em geral está associado ao fracasso. O casal se une para ficar junto "até que a morte os separe" e quando não consegue, sente que errou…
Outro aspecto que dificulta as separações é a falsa lógica que as pessoas usam quando avaliam uma relação amorosa.
Muitas mulheres, e homens também, acham que se a relação já foi boa um dia, pode voltar a ser o que era no início. E ficam esperando, esperando, esperando… Não é bem assim. A "lógica do amor" é diferente.
Qualquer relação consensual, no início, tende a ser boa, pela novidade e a esperança que ela representa. Mas para que ela se mantenha boa, é necessário muito trabalho, generosidade e boa vontade.
Só esperar não adianta… Relações amorosas estão em constante transformação, nunca voltam, sempre seguem adiante. Nem todo casal está preparado para aceitar essas transformações e encará-las positivamente sem se iludir com a "volta ao que já foi um dia".
Para as mulheres a resistencia à separação tambem pode estar aliada ao autosustento e ajuda no sustento dos filhos. Por mais que as mulheres já representem uma grande parte da classe trabalhadora ainda ganham pouco e separar-se, em geral, representa uma perda de conforto, materialmente falando.
Avalie tudo isso e tome sua resolução. Lembre-se que existem seus motivos pessoais para não se separar e tente encontrá-los. Se chegar à conclusão que está casada por pura acomodação lembre-se que às vezes é preferível um final horrivel do que um horror sem fim.
Atenção: As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento.