Por Marta Relvas
Não é coerente conceber uma escola inclusiva se ela não promove a integração e interação. O estudante precisa perceber que faz parte da escola e que não é apenas para passar o tempo. A Inclusão, integração e interação é para todos os envolvidos no processo de aprender, não apenas para aqueles que apresentam alguma limitação física aparente.
Compreender que os “atrasados” não existem no processo escolar e que todos, independentemente de suas dificuldades, têm direito a uma escola que promova uma aprendizagem cognitiva, motora, afetiva e social é a maior tarefa da sociedade humana, pois somos “diferentes” em nossa totalidade. O maior desafio da escola é: partir em busca do aproveitamento da potencialidade da inteligência, tendo como objetivo o sucesso de seus aprendentes.
É certo que a questão é muito mais política e social, ligada à desigualdade da educação oferecida a todos, independente da posição socioeconômica e cultural da família, do que um problema científico. Porém, também é bastante provável que, uma vez que especialistas em Neurociência Pedagógica e Educadores conseguirem estabelecer um diálogo mais frequentes entre os saberes, toda a comunidade escolar sairá ganhando.
Importante destacar que não existem pessoas que não aprendem.
O fascínio pelas descobertas das pesquisas em Neurociências aumentou com o grande estímulo advindo da década do Cérebro. O principal ensinamento dessa década é que o cérebro tem muito mais capacidade de sofrer modificabilidade do que se pensava até alguns anos atrás. Hoje está claro que, antes mesmo, o cérebro adulto, o qual se pensava ser imutável, pode ser sede de renovação, a partir de algumas áreas com capacidade para gerar novas células. Essa possibilidade abre inúmeras portas em pesquisas para o estudo sobre o desenvolvimento do sistema nervoso (SN), bem como para a utilização de técnicas de estimulação e reabilitação que potencializem as habilidades preditoras para o desenvolvimento de determinadas funções.