Por que numerologia de Pitágoras nunca existiu

Por Johann Heyss

A "Fatos e Números" de estreia gerou muitas mensagens e comentários de leitores. Agradeço sinceramente a todos os que me escreveram com elogios, críticas e qualquer tipo de manifestação. O objetivo desta coluna é a troca de ideias e a interação. Nela apresento os resultados de minha pesquisa de mais de vinte anos, mas em constante processo de atualização, sobre o tema da numerologia. Não existe nenhuma verdade pronta sobre nada, todos os conhecimentos estão -ou deveriam estar-em constante aprimoramento, e isso é naturalmente válido para o que quer que eu apresente como resultado de minhas práticas e pesquisas.

Continua após publicidade

A maioria dos leitores entendeu a mensagem do artigo, muitas pessoas inclusive agradeceram a oportunidade de discutir o assunto de maneira não dogmática. É muito reconfortante ver que, ao contrário do que os mais pessimistas possam alardear, a quantidade de pessoas de mente aberta, prontas para ir fundo em questões que requerem o abandono de superstições e dogmas é muito grande.

Uma interessante mensagem de um leitor alegou que Pitágoras teria aprendido o latim – e portanto, o alfabeto romano–, a Cabala e o hebraico em uma de suas viagens. Não entro neste mérito por duas razões: a primeira, porque até o momento, até onde se sabe, não há como comprovar isto; a segunda, porque mesmo que isto pudesse ser comprovado, não significaria que Pitágoras teria criado um mapa no qual se separa vogais de consoantes e se correlaciona a letra A ao número 1, a letra B ao número 2, etc.

Portanto, para deixar mais claro, caso eu não tenha sido o bastante no artigo anterior: eu não nego a provável influência dos estudos de Pitágoras para a visão e o uso místico dos números. É sabido que o filósofo grego usava a matemática de forma exotérica, pragmática e racional, mas também que atribuiu virtudes abstratas e esotéricas aos mesmos. Sua filosofia nascia de sua observação de fenômeno (as manifestações materiais) e númeno (a essência imaterial das manifestações). Mas isto, por si só, não quer dizer que ele tenha criado o conjunto de cálculos e técnicas que usamos no mapa numerológico. Quanto a isto, não há qualquer indicação. Se, contudo, evidências surgirem, estarei sempre pronto a acatar novos fatos, já que minha pesquisa é totalmente dissociada de religião ou crença, que considero questões de foro íntimo e que não cabem e nem devem ser misturadas ao escopo da numerologia.

 

Continua após publicidade