Da Redação
Segundo o cientista, o diferencial deste projeto (veja texto anterior), foi a análise do que ele chama de TGP, TGO e GGT – três enzimas hepáticas responsáveis pelo metabolismo de várias ações do fígado. Os cientistas notaram que a ação do laser, conjugada à prática de exercícios e educação nutricional, foi “extremamente” benéfica porque, ao estudar as enzimas, observaram que nos homens que realizaram o tratamento com uso de luz houve uma redução de 80%-90% a mais dessas enzimas, em relação aos voluntários que fizeram apenas os exercícios e participaram da educação nutricional.
Aquino comenta, também, que se observou algo nunca relatado na literatura científica: a relação entre redução da gordura visceral (localizada próxima à região da barriga) e a diminuição das enzimas hepáticas, na alteração da esteatose hepática não alcoólica. Ou seja: “Quanto menor a gordura visceral, menores serão as enzimas hepáticas”, diz o especialista, acrescentando que, hoje, a análise de esteatose hepática não alcoólica é feita através de exame de sangue ou ultrassom.
Além da gordura visceral, outros parâmetros, como peso corporal, gordura total do corpo, colesterol e lipoproteína de baixa densidade (LDL), os triglicerídeos também foram reduzidos, conforme os pesquisadores notaram durante o tratamento.
Um dos objetivos do projeto, de acordo com Aquino, é fornecer à comunidade médica uma tecnologia que proporcione aos pacientes um tratamento alternativo para combater a obesidade, cujas soluções atuais se baseiam na adoção de um estilo de vida saudável, uso de medicamentos ou cirurgia. Além disso, a possibilidade de que professores de educação física possam utilizar a tecnologia de lasers e LEDs é uma realidade confirmada pelo Conselho Federal de Medicina e, desta maneira, pode ser acessada de forma mais facilitada por todos.
Apoiado pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (Cepof/Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela empresa MMOptics, o estudo foi desenvolvido sob a orientação do professor Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC) em parceria com as pesquisadoras do IFSC Fernanda Mansano Carbinatto e Lilian Tan Moriyama.
Em janeiro deste ano, um artigo referente à pesquisa foi publicado no Journal of Obesity & Weight Loss Therapy.
Mais informações: (16) 3373-9810 (ramal 242); e-mail antonioaquino@ifsc.usp.br