por Anette Lewin
Resposta: O conforto de um relacionamento estável juntamente com a liberdade para novas conquistas é o ideal para a maioria dos homens.
No entanto, em nossa sociedade monogâmica essa combinação fica difícil. Assim, quando um dos lados está resolvido, o outro aparece como mais sedutor. Embora esse conflito seja bastante comum, sua resolução fica por conta de cada um. Em algum momento da sua vida você vai ter que decidir, pelo menos em tese, qual dos dois lados é o mais importante.
Tomar uma decisão que envolve escolha parece ter o amargo sabor de uma renúncia definitiva, mas… nem sempre é assim! Se estar namorando representa tranquilidade e estar solteiro representa mobilização e liberdade, essas duas modalidades afetivas não estão obrigatoriamente vinculadas a uma relação amorosa. Mobilização se consegue tambem através de um trabalho estimulante, da viagem tão sonhada ou daquele amigo com ideias e propostas mais louquinhas.
Por outro lado, a tranquilidade afetiva também pode se vincular a uma familia de origem, acolhedora, ou a um grupo de bons amigos. Assim, muitas vezes a escolha não representa uma renúncia definitiva às sensações desejadas, mas o deslocamento da fonte da sensação para uma situação extra-amorosa.
Certamente muitas pessoas resolverão o conflito de forma não convencional, ou seja, mantendo relacionamentos paralelos ao namoro. E, desde que assumam o risco que essa escolha embute e saibam administrar culpas, podem até se sentir em equilíbrio através dessa opção. Afinal, como diz a música Dom de Iludir (Caetano Veloso): "Cada um sabe a dor / E a delícia de ser o que é…”
O conflito está no âmago do ser humano. E a liberdade de poder resolvê-lo de diferentes modos nos humaniza, nos conscientiza e nos engrandece.