por Danilo Baltieri
"De uns três meses pra cá, minha filha vem fumando maconha. Ela tem 19 anos, é bem informada sobre drogas, mas não adiantou. Acredito que foi um amigo dela que a levou para isso. O que devo fazer para ela parar? Devo conversar também com esse 'amigo'?"
Resposta: Realmente, a quantidade de colegas/amigos usuários de maconha, bem como as atitudes positivas dos amigos diante do consumo dessa substância são importantes fatores de risco tanto para a experimentação da maconha quanto para a manutenção desse uso.
Na verdade, a pressão do grupo é um dos mais importantes fatores associados com a experimentação de substâncias e manutenção do consumo. Alguns estudos têm apontado que a influência dos pares (amigos) sobre o consumo entre adolescentes é muito superior do que a influência (contra o consumo) dos pais dos usuários. Nesse sentido, a sua preocupação é bastante pertinente.
Os tratamentos estruturados dedicados aos indivíduos com problemas relacionados ao consumo de substâncias psicoativas, como a maconha, preconizam, dentre várias recomendações, a mudança do estilo de vida, a modificação do grupo social, o reconhecimento do problema, a aderência às recomendações do profissional adequadamente especializado. Logo, o afastamento dos colegas que fazem uso da substância é frequentemente orientado.
Nas situações onde problemas com o consumo de maconha são detectados e reconhecidos pelo próprio usuário, o tratamento deve ser instalado e a utilização da substância deve ser monitorizada de forma adequada por profissional especializado. Abaixo, reporto-me a um interessante artigo científico sobre o tema.
Chabrol H, Chauchard E, Mabila JD, Mantoulan R, Adele A, Rousseau A. Contributions of social influences and expectations of use to cannabis use in high-school students. Addict Behav 2006;31(11):2116-9.