Por Oscar D’Ambrosio
Trabalhar a arte com pessoas com variados tipos de deficiência é um processo que envolve numerosos aspectos, que vão desde o saber adquirido na academia pelos orientadores das atividades propostas, à sensibilidade individual desenvolvida por cada um no trabalho cotidiano. O maior desafio está em não haver fórmulas prontas.
O indivíduo que se beneficia da atividade artística, o profissional que orienta e o resultado final se articulam com grande complexidade. Qualquer resposta rápida é simplista e arriscada. Tampouco é possível argumentar que se trata do reino do imponderável, pois profissionais atuam na área com extrema competência e dedicação em busca de respostas.
Acima da importante discussão de métodos e abordagens, está o respeito ao ser humano. Esse ponto precisa ser crucial. Afinal, está se falando aqui de pessoas que conseguem, por meio de diversas manifestações artísticas, alterar a relação com elas mesmas e com o entorno.
É fato que a arte transforma e enriquece quem a pratica. E isso torna todos nós especiais. Partindo desse pressuposto, toda atividade visual ganha uma nova dimensão. O desenho, a escultura ou a fotografia passam a ser expressões pelas quais cada criador interpreta a si mesmo e o que está ao seu redor. E esse é o grande papel da arte.
Fonte: Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.