por Roberto Shinyashiki
Tenho percebido que muitas pessoas se sentem impotentes diante do mar de lama que envolve a política brasileira. Grande parte da população tende a pensar que todos os políticos são iguais e que a única maneira de governar o país é por meio da corrupção.
Mas não deveria ser assim. Cada um de nós precisa votar com cuidado. Primeiramente punindo os corruptos, negando seu voto aos envolvidos em algum tipo de escândalo ou processo judicial. Segundo, escolhendo um candidato que tenha um passado decente e uma proposta de trabalho condizente com seus valores – mais sobre como escolher candidato – clique aqui.
Talvez você esteja se perguntando: Por que gastar tempo com isso se, no fim das contas, vai ser tudo igual?
Seu ato consciente pode mudar o pensamento de toda uma nação
Saiba que a sua consciência pode mudar tudo. O seu pensamento pode ser a energia que mudará a consciência de um país inteiro. Você pode ser o centésimo macaco. Quando tenho a sensação de que o meu esforço vai ser insignificante perante uma situação que me convida a me sentir pequeno, penso na históoria do centésimo macaco. E atuo na certeza de que o meu esforço pode transformar o mundo.
Escrevo aqui uma adaptação de um trecho do livro O Centésimo Macaco, de Ken Keyes Jr. (Editora Pensamento).
Centésimo macaco
Durante mais de trinta anos, um tipo de macaco japonês (latim: Macaca fuscata) foi analisado em estado selvagem. Em 1952, pesquisadores deram batatas-doces, que caíram na areia, aos macacos da ilha Koshima.
Os símios gostaram do sabor das batatas cruas, mas acharam desagradável o da areia. Uma fêmea de dezoito meses, chamada Imo, descobriu que poderia resolver o problema lavando as batatas num riacho próximo. Ela ensinou sua descoberta à mãe. As amigas também aprenderam essa nova maneira de proceder e a transmitiram para as respectivas mães. Diante dos olhares dos pesquisadores, esta novidade cultural foi sendo, gradativamente, aprendida por vários macacos. Entre 1952 e 1958, todos os jovens macacos aprenderam a lavar batatas sujas de areia para torná-las mais saborosas. Somente os adultos que imitaram seus filhotes aprenderam esse tipo de evolução social. Outros adultos permaneceram comendo batatas sujas.
Eis que aconteceu algo sensacional: no outono de 1958, um certo número de macacos da ilha Koshima (o número exato é desconhecido) lavava batatas. Suponhamos que, ao alvorecer daquele dia, havia na ilha 99 macacos que já tinham aprendido a lavar batatas. Suponhamos ainda que, em seguida, naquele mesmo dia, um centésimo macaco aprendeu a lavar batatas. Nesse instante algo importante aconteceu. Naquela tarde, quase todos os membros do grupo haviam lavado as batatas antes de comê-las. A energia acrescentada pela adesão do centésimo macaco, de alguma forma, provocou uma eclosão ideológica! Mas, veja bem: o que mais surpreendeu os pesquisadores foi o fato de o hábito de lavar batatas haver, espontaneamente, cruzado os mares.
Colônias de macacos de outras ilhas e do monte Takasaki, da ilha Kiusho, começaram a lavar suas batatas (essa pesquisa está descrita em detalhes no livro Lifetide, de Lyall Watson, Bantan Books, 1980). Concluiu-se que, quando uma quantidade de indivíduos que adquiriram determinado conhecimento atinge certo número crítico, esse novo saber pode ser transmitido de uma mente para outra. Embora o número exato possa variar, o fenômeno do centésimo macaco significa que, quando apenas um número limitado de pessoas sabe de um caminho, este pode permanecer como propriedade da consciência dessas pessoas. A partir de um certo número, porém, essa consciência pode ser sintonizada por outras pessoas, fenômeno que a fortalece e expande.
O seu ato consciente pode mudar o pensamento de toda uma nação. Faça o certo, mesmo quando ninguém mais parece se importar. Algum macaco tem de ser o primeiro ou o qüinquagésimo, pois vai chegar um momento em que a sua ação criará uma energia capaz de mudar a mentalidade coletiva. O seu pequeno ato pode fazer a diferença!