Pós-pandemia: estou com muito medo de voltar ao trabalho

E-mail enviado por uma leitora:

“Estou com muito receio e ansiedade por conta da volta ao ambiente de trabalho no pós-pandemia, não só pelas medidas de biossegurança e medo de contágio. Mas sobre o que pode mudar dentro desse espinhoso ambiente corporativo nas relações interpessoais em meio à depressão econômica que o País vai enfrentar. Isso tudo somado a meses de isolamento das pessoas. Será que esse ambiente tem tendência de ser mais acolhedor ou mais inóspito?”

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Resposta: Lendo seu questionamento, pensei o quanto tenho uma opinião contrária (o que não é nenhum problema, rs). Tentarei, com empatia, te ajudar a ver com outros olhos esse desafio (e espero conseguir!).

Claro que não estou tirando o peso de uma pandemia da questão, a necessidade de lidarmos com o desconhecido, as mudanças necessárias, suportar algo que nunca vimos antes, a dúvida sobre como será o futuro. Mas, que tal pensarmos nisso tudo como uma grande oportunidade?

Nunca vi tamanha comoção mundial no apoio às pessoas que estão sem emprego, alimento, lar. Repare, muitos que nunca tinham pensado em ajudar, começaram a se unir com outros visando arrecadar alimentos, dinheiro e ajudar verdadeiramente quem precisa.

Vimos empresas que não incentivavam o home office tendo que se acostumar com essa modalidade de trabalho – muitas até pensando em defini-la como uma nova forma de atuação. Os pais e mães, sem levar em conta todas as dificuldades que envolvem o processo, começaram a passar mais tempo com seus filhos, almoçar e jantar com eles, dando-lhes mais atenção. Muitos casais que mal conviviam, passaram a se relacionar melhor (sim, fiquei sabendo de algumas separações também) e a se apoiar. Tive notícias de muitas pessoas que estavam se dando mal e que, pela condição da quarentena, foram obrigadas a se apoiar, o que trouxe qualidade à relação, ao contrário do que pensavam que aconteceria inicialmente.

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Aproveite o momento para se reinventar

Tenho vários exemplos sobre como, mesmo com a pandemia, conseguimos nos reinventar e pensar em algo novo; empresários começaram a mudar sua forma de trabalho, inovando e tirando ideias do papel, alguns talentos adormecidos ou deixados de lado foram colocados em ação e muitos novos negócios estão despontando. Infelizmente há ambientes profissionais nocivos, lideres tóxicos e pessoas não preparadas para conviver em sociedade. Mas, no geral, vejo tanto o breve futuro como o mais longínquo como promissores para as relações humanas. As pessoas estão descobrindo novas maneiras de se relacionar e a importância de viverem bem, inclusive valorizando o contato humano, o que antes podia estar sendo deixado de lado. Os clientes estão cada vez mais sendo ouvidos e a sua experiência sendo levada a sério.

Acredito que por um período, ficaremos mais tensos quanto à saúde, abraçaremos menos e talvez estejamos com menos oportunidade de contato físico, mas, quem sabe, justamente isso seja o que aproxime emocionalmente as pessoas?

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Não vou negar a grave crise econômica, o desemprego e as dificuldades que enfrentaremos, mas acredito que os olhares serão mais positivos e otimistas e penso que é assim que devemos desenhar nosso futuro. Dê uma olhada nesse meu artigo, pode te ajudar.

Se a mente cria, certamente somos capazes de desenhar cenários mais ou menos promissores. Só depende de quanta energia positiva queremos colocar nessa questão.

Mudar seu foco para a gratidão, muda a sua situação

Para te ajudar, sugiro que comece a anotar, toda noite, os motivos pelos quais está grato naquele dia, tudo o que fez com sucesso, todas as interações positivas, conquistas e possibilidades. Comece também a fazer planos e colocar objetivos e metas para alcançá-los; certamente isso trará conforto e você conseguirá enxergar a situação como passageira, não definitiva. Mude seu foco e mudará sua situação!

Quem sabe, se ainda assim, você trabalha em um ambiente tão tóxico, não seja hora de planejar uma mudança? Que tal começar a desenhar novas possibilidades de carreira? Quanto à ansiedade, abaixo seguem dicas simples, mas, essenciais para lidar com ela.

Percebo pacientes e clientes com dificuldade para dormir, por exemplo, por estarem ligados demais aos noticiários (principalmente no período noturno) catastróficos que só mostram desgraças. Além disso, como as pessoas estão se mexendo menos, estão também cansando menos o corpo e mais a mente, o que dificulta dormir bem e por horas suficientes.

Oito dicas para lidar com a ansiedade:

1ª. Pratique atividade física: faça algo que gosta. Para além do óbvio (saúde física), exercitar-se traz muitos benefícios para o cérebro!

2ª. Se culpe menos: que tal parar de se comparar, se depreciar, culpar e lascar o chicote nas próprias costas? Se valorize e se perdoe!

3ª. Seja otimista: por mais que ao redor as coisas estejam ruins, seu cenário não seja o ideal ou pessoas próximas estejam te colocando para baixo, lembre-se de que nenhuma situação te define!

4ª. Respire! Faça respirações profundas, se ligue com as batidas do seu coração. Diminua o ritmo, sossegue! Faça isso sempre que se sentir tenso!

5ª. Planeje: quando planejamos, conseguimos lidar com os percalços com mais facilidade, pois, sabemos aonde queremos chegar!

6ª. Durma! A quantidade de horas suficiente para você, mas, durma! Esqueça o celular, se aconchegue, leia um livro que te leve a outros tempos, dimensões e sensações e prepare sua mente para um sono tranquilo!

7ª Que tal aprender a meditar? Tem aplicativos ótimos para isso e em poucos minutos você aprenderá a se conectar consigo!

Coma bem! Não adianta viver de comida calórica, sem nutrientes! Comer bem é essencial para que todo o resto funcione bem também!

Sucesso!

Atenção!

Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.