por Patricia Gebrim
Tratada por alguns como uma espécie de conto de fadas pueril, no qual acreditam apenas os ingênuos ou sonhadores, considero a intuição uma das ferramentas mais poderosas que possuímos. Uma oferenda cheia de sabedoria que brota, como água fresca, de nosso íntimo.
Podemos pensar na intuição como a linguagem da alma, uma síntese de percepções sutis operada por nosso próprio inconsciente. Não importa de onde venha, a real diferença está no quanto você se permite acessá-la, e no quanto a considera em suas decisões de vida.
Aos mais pragmáticos, controladores e racionais, a intuição parece suspeita, preferindo estes seguirem uma estrada reta, feita de lógica e coerência, beseada em fatos cientificamente comprováveis ou fenômenos observáveis. Escalam suas vidas um passo por vez, na medida em que conseguem enxergar os degraus.
Já os mais corajosos, que tomam a intuição como guia, são portadores de asas, capazes de se conectar com informações que chegam por vias não tão palpáveis. Dispostos a fluir com esse fluxo de informações, os intuitivos encurtam caminhos, conseguem antever resultados, evitando perigos e aproveitando melhor as oportunidades da vida.
A intuição não é um pensamento, ela chega a nós como uma sensação. Um conforto ou desconforto frente a determinadas pessoas, experiências ou situações. "Algo" que nos diz se devemos seguir ou parar. Ir ou ficar.
A mente racional analisa fatos de maneira lógica e os compara com o que já conhece, oferecendo essa ou aquela sugestão. A intuição, livre das amarras do tempo e espaço, amparada pela amplitude do inconsciente coletivo, pode nos oferecer informações que pairam além do que já conhecemos. Nos mostra o que ainda não vimos, nos insere no que ainda não conhecemos. Nos traz o novo, o criativo. Nos inspira, nos eleva, respeita a verdadeira essência imaterial de que é feito nosso ser.
Para acessar esse fluxo de informações intuitivas, basta atravessar a barreira da mente racional, mergulhar nesse espaço sagrado que todos temos no centro de nosso peito, ouvir mais as sensações que nos chegam pelo coração. Não é tão difícil, se estivermos dispostos a sair um pouco dos trilhos aprisionadores de nossas crenças, se nos lembrarmos de nossa verdadeira natureza e estivermos dispostos a ouvir o som de nossa própria alma.