Meditar foi essencial para a sobrevivência dos meninos resgatados na caverna da Tailândia

Da Redação   

É interessante observar o poder da meditação em situações extremas, como o que aconteceu com o grupo preso na caverna da Tailândia. A sabedoria do treinador Ekapol Chantawong, adepto da técnica de meditação, que estava junto com o grupo de garotos, sem dúvida foi primordial para salvar a vida deles.

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A meditação é uma prática milenar oriunda das tradições orientais, iniciada na Índia e difundida em toda a Ásia. Muito se fala sobre meditação, mas poucos veem nessa prática algo realmente transformador. A maioria ainda não consegue enxergar o poder que a meditação traz para o organismo e consequentemente para a vida das pessoas.

De acordo com Jonas Masetti, um mestre da atualidade em Vedanta – estudo milenar do autoconhecimento -, o mundo todo teve a oportunidade de ver, através da tragédia do grupo preso na caverna na Tailândia, a importância e utilidade de técnicas simples de espiritualidade, que até uma criança consegue praticar, como a meditação. “Existem muitos relatos em que as práticas de ioga, meditação e disciplina do corpo e da mente podem ajudar pessoas que estão passando por situações difíceis na vida, como acesso de raiva, tristeza profunda, sentimento de perda, entre outras”, relata.

O mestre em vedanta explica que a meditação busca treinar o indivíduo para que ele aprenda a respirar, controlar sua ansiedade, tenha mais concentração com o objetivo de manter-se em equilíbrio entre o corpo e a mente. “A meditação traz muitos benefícios e provoca relaxamento completo do corpo, ou seja, da nossa fisiologia e também da nossa mente. E ela pode ser utilizada, inclusive, num momento de dor. Para se ter ideia do poder da meditação, na China, por exemplo, os médicos em pequenos procedimentos cirúrgicos, utilizam-se da acupuntura e da meditação para fazer com que os pacientes fiquem anestesiados, evitando a ingestão de medicamentos”, complementa.

Masetti acrescenta ainda, que em 2013, quando estave na Índia, participou do resgate de um grupo de 30 brasileiros presos por oito dias numa aldeia indígena no Himalaia durante uma avalanche. “Foi por meio da prática da meditação e do vedanta que orientamos esse grupo a lidar com o medo, o desespero, porque quando não sabemos o que acontecerá conosco, principalmente na eminência da morte, o corpo se desestabiliza e começa a perder suas funções de forma mais rápida”.  

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Fonte: Jonas Masetti, chamado na Índia de Vishvanatha, brasileiro, tem 36 anos, e é mestre em Vedanta – estudo milenar do autoconhecimento. É discípulo do Swami Dayananda Saraswati, considerado o maior mestre de Vedanta da atualidade, tendo vivido por quatro anos na Índia, onde se formou Mestre em Vedanta pelo Ashram do Swmi Dayananda em Coimbatore em 2013.

É formado em engenharia mecânica pelo IME (Instituto Militar de Engenharia), foi sócio fundador da Morning Star Consulting, onde atuou no mercado financeiro e de multinacionais como consultor de negócios. Sua empresa chegou a ser uma das maiores na área de consultoria em gestão e estratégia para grandes empresas, chegando a ter 100 funcionários em 2003. Apesar de todo o sucesso profissional, Masetti buscava uma resposta e se manteve firme neste propósito, passando por diversos grupos e professores, até chegar à Índia.

Fundou em 2013 o Vendanta.Life, instituto de espiritualidade, que tem por objetivo ser um agente transformador de pessoas para a construção de um mundo melhor para todos por meio da disseminação do Vedanta. O Instituto agrega uma comunidade com mais de 30 mil pessoas e mais de 400 alunos regulares. O conhecimento do vedanta é disseminado por meio de aulas online, usando tecnologia de ponta, que permite alcançar alunos em outros países, tais como Estados Unidos, Portugal, México e África, bem como pessoalmente em eventos pontuais e retiros espirituais junto à natureza ou dentro de ambientes empresariais, focado aos líderes das companhias.

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Sobre o vedanta

Vedanta é o nome do estudo realizado a partir do final dos Vedas – quatro escrituras básicas da cultura hindu, que deu origem ao conceito de autoconhecimento. Na sua etimologia o termo vedanta possui dois significados: ‘aquilo que se encontra ao final dos Vedas’, pois ‘anta’ em sânscrito significa ‘fim’; e também, ‘o conhecimento final’, já que a palavra ‘veda’ também significa simplesmente ‘conhecimento’.

O estudo consiste em uma mudança cognitiva, a correção de uma visão sobre o mundo e si mesmo. A visão errônea é a causa do sentimento de limitação, impotência e incompletude, que é básico em todo o ser humano.

Desse modo, vedanta não é considerada uma religião. O conhecimento proposto se dá pelo uso de um meio externo ao sujeito. Assim como a ‘olho nu’ não somos capazes de ver a si mesmo, ninguém é capaz de ‘ver’ o ‘eu’. Portanto, Vedanta é como um espelho: funciona como meio de conhecimento para aquilo que não podemos ver sozinhos.