Por Karina Simões
Falar em perdas nos remete à dor. Refiro-me a todos os tipos de perdas de uma forma geral. Ninguém parece estar preparado para perder ou sofrer dores muitas vezes imensuráveis. As perdas nos levam a um processo de luto interno que podem causar, em casos mais graves, um quadro depressivo, por exemplo.
Depressão é uma doença série e grave, referenciada como a “doença ou o mal do século”, por ser um mal dos tempos modernos e da nova geração. Uma geração que vive isolada pelo avanço da tecnologia, que acarretou todo o aumento também desse processo depressivo na humanidade. Hoje, então, já percebemos a dimensão e o comprometimento do poder devastador que uma depressão pode causar em alguém.
Nunca se viram tantos casos de suicídio como nos últimos anos. No entanto, é importante distinguirmos a tristeza, como sintoma, de um quadro depressivo. Ou seja, a primeira é um sentimento transitório e passageiro, sendo reação de ajustamento de situações, frustrações e perdas.
A depressão mesmo, muitas vezes, sendo desencadeada por alguma situação adversa, o quadro de humor rebaixado insiste em permanecer acarretando consequências psicossomáticas sérias.
Saiba reconhecer alguns sintomas da depressão:
– humor rebaixado;
– sensação de tristeza;
– autodesvalorização e sentimentos de culpa;
– redução na capacidade de experimentar prazer;
– fadiga;
– concentração prejudicada;
– alteração do sono e do apetite;
– redução do interesse sexual;
– retraimento social;
– crises de choros e possíveis comportamentos suicidas.
A psicoterapia cognitivo-comportamental trata da depressão e postula conceitos específicos em que o indivíduo deprimido tem uma visão de si, do outro e do mundo sempre de forma obscura e negativa. Isso se deve ao fato de a capacidade da pessoa deprimida de racionalizar sentimentos positivos estar embotada. Ou seja, como se em seu cérebro só restassem sentimentos direcionados à tristeza, à apatia e à infelicidade.
A fim de aliviar a dor emocional e outros sintomas vinculados à sensação de luto e perda, a depressão se constitui uma das metas do tratamento da psicoterapia focalizando, dessa forma, nas interpretações errôneas, atitudes e pensamentos disfuncionais do paciente.
A terapia objetiva, assim, enfatizar e levar em consideração os esquemas cognitivos preexistentes em sua história de vida. A maioria desses pacientes deprimidos é atraída a fazer apenas generalizações negativas exageradas.
Compreender que o mundo se torna cinza para a pessoa deprimida e fazer um movimento de acolhimento são atitudes fundamentais para o paciente sentir-se seguro em seguir adiante numa busca por um tratamento adequado.
Ajudar o paciente a aprender a ressignificar suas emoções e identificar as suas distorções de pensamento fazem parte do objetivo terapêutico.
Diante de tudo isso, vamos prestar mais atenção nas pessoas ao nosso redor e aprender a perceber os sinais que as pessoas nos dão quando se sentem assim. A depressão é uma doença silenciosa e costuma matar quem sente, e quem está ao lado sofre junto consequentemente.
A partir de agora, encare de forma mais séria a depressão e entenda que há tratamento. Cuide-se e cuide de quem está ao seu lado.