Por Elisabeth Cavalcante
Segundo os mestres espirituais a vida é constituída de dois pólos opostos: prazer e dor. No entanto, nossa mente desde cedo se concentra mais no registro do que nos causa sofrimento.
Como a nossa consciência está focada na dor, este acaba sendo o padrão usual com que lidamos com a vida. Concentramo-nos demasiadamente nos espinhos e damos pouca ou nenhuma importância para a beleza das flores.
Do ponto de vista biológico, a dor existe para que nos defendamos dos riscos que ameaçam a nossa sobrevivência. Mas a consciência do prazer, da alegria, da bem-aventurança, precisa ser aprendida e praticada, como qualquer forma de arte.
Infelizmente, a mente desenvolveu um mecanismo que registra muito mais as experiências dolorosas do que as que nos trouxeram alegria.
Gratidão e prazer pela existência andam juntos
Durante as vinte e quatro horas de um dia, certamente acontecem para a maioria de nós, fatos que seriam motivo de gratidão.
No entanto, não tomamos consciência deles e não é de admirar que a maior parte da humanidade viva em sofrimento.
È necessário e urgente que desenvolvamos a capacidade de perceber e valorizar os momentos de prazer que a vida nos proporciona.
Quanto maior for a nossa capacidade de fortalecer este dom, mais chances criaremos de que o prazer passe a fazer parte de nossa existência, num grau muito mais elevado do que a dor.