Por Thaís Petroff
Outro dia meu filho de quase cinco anos me perguntou:
– Mamãe, por que quando um menino e uma menina (crianças), quando dão um beijo, não tem um bebê?
E, nesse momento um monte de pensamentos vieram à minha cabeça, dentre eles alguns que me deixaram um pouco ansiosa e temerosa. Vi-me na necessidade de explicar para meu filho pequeno sobre a concepção dos bebês e o quanto essa situação me trouxe questionamentos como: “o quanto preciso explicar em detalhes para ele?”; “será que falo sobre relacionamentos, amor ou somente sobre o ato da concepção?”; “entrar em muitos detalhes irá instigar sua curiosidade?”; “como é desafiador falar sobre algo tão natural ao ser humano com meu próprio filho!”.
E é com base nessa reflexão que te convido para olhar para nossos tabus e crenças. Para o quanto de ideias preconcebidas temos na cabeça e o quanto isso nos bagunça emocionalmente e nos atrapalha em fluir em nossas vidas.
Você já reparou o quanto seus medos e ansiedades estão ligados a inúmeras crenças que você tem? E o quanto você já parou verdadeiramente para questionar essas crenças?
O interessante de tudo isso é que ao mesmo tempo que nossas crenças e tabus nos fazem sofrer, trazem medo e “pré-conceitos” também nos “protegem” de termos que cavar mais fundo e realmente vermos a verdade. Criamos ideias que nos protegem de nossos medos (medo de amar, medo de rejeição, medo de fracasso etc), mas que justamente causam medo em nós. Por exemplo: temos a ideia de que é estranho, é errado falar sobre sexo com nossos filhos. Que isso instiga a curiosidade deles. Que nós podemos adiantar as descobertas deles ou torná-los promíscuos se falarmos no assunto, mas é justamente a ideia de que é ruim falar sobre sexo que nos traz todos esses medos. Do mesmo modo que crenças como: “todo homem trai”; “toda mulher é interesseira”; “se me conhecerem de verdade não vão gostar de mim”… que ao mesmo tempo tem a intenção de nos proteger, acabam justamente trazendo MUITO sofrimento, dor e ansiedade/medo.
Sei que vasculhar e olhar de frente para nossas crenças é bastante amedrontador. Que se propor a questionar a validade delas é desafiá-las é algo que a maioria de nós evita de fazer. Mas se nunca nos propusermos a isso, seremos eternos escravos dessas imagens que formamos; e que hoje ditam as regras e nos dominam. Temos a inocente ideia de que temos livre-arbítrio, mas somos o tempo todo direcionados e controlados pelas nossas crenças.
Se para você ser livre, e realmente poder desfrutar da sua liberdade de escolha é algo importante, e você quer se permitir fluir por sua vida, dê esse passo e abrace a sua coragem em direção a enfrentar as suas crenças. São elas que nos aprisionam. São elas que criam nossos medos.
Quando as transpormos poderemos verdadeiramente descobrir quem somos e desfrutar de uma vida em que não mais o medo ditará as regras.
Fonte: www.thaispetroff.com.br