O que é fobia social?

De forma geral podemos entender a fobia social como uma ansiedade intensa que pode aparecer em várias situações sociais, seja de contatos sociais ou de desempenho, ou ambas e acarreta sofrimento excessivo ou interfere de forma acentuada na rotina do dia a dia da pessoa. A existência de um medo é percebida, pois a pessoa acredita que está sendo avaliada e ativa um sentimento de incapacidade, de se comportar de um modo humilhante ou embaraçoso e consequente desaprovação e rejeição por parte dos outros.

Os critérios diagnósticos proposto pelo Manual Diagnostico e Estatístico dos Transtornos Mentais, conhecido por DSM-V, para a fobia social, ilustra os seguintes exemplos:

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– incapacidade ou desconforto de falar ao se apresentar em público;

– dificuldade em alimentar-se na frente de outras pessoas;

– ser incapaz de frequentar banheiro público;

– tremer as mãos ao escrever na presença dos outros;

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– dizer coisas tolas ou não ser capaz de responder a questões em situações sociais.

Quem sofre dessa fobia teme ou evita a maioria das situações sociais ou então todas.  A ansiedade pode ser restrita a determinadas situações como: escrever, beber e dirigir, entre outras.

Como identificar se alguém é fóbico social?

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Tratando-se de crianças e adolescentes, deve-se procurar ajuda quando o rendimento na escola cai a níveis incompatíveis ou quando o desempenho profissional é prejudicado ou se o convívio social se torna um fardo insuportável.

Os pais devem estar atentos aos filhos tímidos principalmente na adolescência, onde a timidez crônica possa vir a se transformar em fobia social.

Tem tratamento?

Felizmente existe tratamento para fobia social. O recomendado é a combinação de tratamento farmacológico com a psicoterapia cognitivo-comportamental. Dependendo da avaliação do psiquiatra, cada paciente tem o seu tratamento farmacológico específico, que inclui vários tipos de medicações, como antidepressivos, ansiolíticos e até antipsicóticos.

Da mesma forma o psicólogo fará o tratamento psicoterápico para cada paciente de acordo com sua avaliação do paciente e pode incluir treino de habilidades sociais, técnicas de relaxamento, exposição a situações temidas, e mudança de pensamentos negativos. A forma de terapia em grupo é mais indicada do que a terapia individual para estes pacientes, porque o grupo funciona como ensaio de situação social vivida pelo paciente e observada pelo terapeuta e é uma boa maneira do psicoterapeuta monitorar se o paciente está assimilando o tratamento de forma adequada.

Sobre as causas da fobia social, isto é um assunto para um outro post.  

 Referências: www.aporta.org.br

O que é fobia social?

por Thaís Petroff

Fobia social – “Entre os sintomas surgidos frente a uma exposição social está uma ansiedade intensa semelhante a uma crise de pânico. O tratamento é feito com psicoterapia e medicamentos. Entre as técnicas psicoterapêuticas está a exposição gradual a situações sociais.”

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É o excesso de ansiedade ou medo persistente de situações nas quais se acredita que se possa ser avaliado enquanto desempenha alguma tarefa comum, como por exemplo, comer, escrever, falar, entre outras coisas, a ponto de impedir de executar ou dificultar grandemente a realização dessa atividade. Há a crença de que se possa comportar de maneira humilhante ou vergonhosa.

Para se fazer o diagnóstico de fobia social é necessário que a pessoa apresente uma forte sensação de ansiedade ou desconforto sempre que exposta a determinadas circunstâncias. Por exemplo, sempre que for falar algo em frente a um grupo (mesmo que de conhecidos ou amigos) a pessoa sente muita ansiedade, sendo de tal forma intensa que pode até parecer uma crise de pânico.

É natural sentir-se acanhado ou incomodado quando se é observado. Todos nós somos um pouco tímidos, ansiosos e inseguros em certos ambientes e diante de estranhos ou pessoas que acabamos de conhecer. Esse grau de timidez varia de pessoa para pessoa de acordo com a situação. Embora seja normal ficarmos pouco à vontade nessas ocasiões, a tendência é de vencermos a inibição inicial e irmos nos familiarizando com a situação e entrosando com as pessoas. Alguns não conseguem isso, evitam certas situações a todo custo.

Desse modo, passa-se a considerar essa vergonha ou timidez como patológicas a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal por causa dela, como deixar de dar sua opinião sempre que se está em grupo, isolar-se socialmente, repetir uma disciplina, abandonar a faculdade, pois há como quesito final uma apresentação pública.

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Sendo assim, a intensidade da ansiedade nas pessoas com fobia social é desproporcional ao nervosismo que a mesma situação surtiria em outras pessoas sem esse diagnóstico. Em função disso, elas se apavoram só de pensar em determinadas situações e por isso passam a se esquivar delas podendo sofrer perdas pessoais e profissionais, chegando ao extremo de evitar qualquer contato social.

Sintomas

Não há sintomas específicos de fobia social; como qualquer transtorno de ansiedade os sintomas são aqueles típicos de qualquer manifestação de ansiedade. O que caracteriza particularmente esse transtorno é o desencadeamento dos sintomas de ansiedade sempre que o fóbico social é exposto à observação de outros (e portanto sente-se julgado) enquanto executa uma atividade.

As reações mais observadas são:

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• taquicardia,
• tremores,
• sudorese,
• boca seca,
• sensação de bolo na garganta,
• dificuldade para falar,
• ondas de calor,
• rubor,
• dor de barriga,
• diarreia,
• vontade de fazer xixi,
• tonteiras,
• falta de ar,
• mãos geladas,
• ataque de pânico.

Diante da exposição, a pessoa com fobia social terá vontade de sair do local onde se encontra o quanto antes, ou ainda buscará evitar essa situação como puder. Há também a preocupação por antecipação com as situações onde estará sob a apreciação alheia, despertando a ansiedade antecipatória, resultando em sofrimento de até dias antes do evento, podendo influenciar o sono, a concentração, o humor e o apetite.

A pessoa reconhece que o medo é irracional, ou seja, a autocrítica está presente, no entanto sempre que ela pensa ou entra em contato com a situação fóbica, ela não consegue evitar sentir-se muito incomodada e ansiosa. O que faz com que isso aconteça é a intensidade de pensamentos negativos e a avaliação negativa frente a si mesma. A pessoa só percebe as dicas de não aceitação do ambiente. Exemplo: um fóbico social foi a uma festa de aniversário e, no dia seguinte, lembra-se de todas as pessoas que não o cumprimentaram, do aniversariante que mal falou com ele, das pessoas com quem tentou conversar, mas deixaram o assunto morrer. Nunca se lembra, porém, daquelas que o abraçaram, sorriram e ficaram felizes por ele ter ido à festa.

Sendo assim não é necessariamente a situação que é ameaçadora ou ruim, mas a interpretação ou percepção que se faz dela. É como se a fobia social criasse um filtro que provocasse um desvio de memória e atenção que só o deixasse perceber as situações negativas que reforçam suas crenças disfuncionais (negativas) frente a si mesmo, aos outros e ao mundo. Isso é comum nas pessoas ansiosas, uma vez que elas só percebem o que está dando errado, os revezes, e nada do que está dando certo.

Surgimento e causas

A fobia social pode surgir em qualquer época da vida: infância, adolescência, fase adulta ou velhice.

As causas mais comuns são:

• Pais tímidos ou fóbicos sócias, os quais além da contribuição genética, “ensinam” seus filhos a pensarem a agirem como eles, perpetuando essa maneira de ser/agir;

• A falta do treinamento ou do desenvolvimento das habilidades sociais, acarretando em sérias dificuldades nas situações sociais;

• Bullying – Crianças provocadas e maltratadas pelos colegas de escola, que vivenciam experiências marcantes de rejeição e sofrimento no relacionamento interpessoal, são mais suscetíveis ao aparecimento da fobia social. Na verdade, a provocação entre crianças é um caminho de duas mãos: tanto a criança mais tímida e fóbica social é vítima fácil dos gozadores de plantão, quanto à vitimização faz com que a criança torne-se mais tímida e fóbica social.

• Alguma situação constrangedora ou humilhação que a pessoa tenha passado e que desencadeie um medo de vivenciar essa situação novamente (como se fosse um trauma).

Tratamento

O tratamento da fobia social é realizado basicamente de duas maneiras: com medicamentos e psicoterapia.

Dentro do tratamento medicamentoso, são utilizados os tranquilizantes ou ansiolíticos no intuito de diminuir o tremor, a taquicardia e a sudorese. No entanto, como esses medicamentos não são indicados para uso estendido em função de poderem causar dependência, os antidepressivos também são muito utilizados para os mesmos objetivos, além de melhorarem a disposição, o humor e juntamente com a terapia a maneira negativa de “enxergar” as situações.

Muitas vezes os medicamentos são combinados para se potencializarem e após algum tempo, pode-se suprimir o uso de um deles e manter o outro (ex. como o ansiolítico tem uma resposta mais rápida do que o antidepressivo, pode-se manter os dois juntos por certo período e após o início terapêutico do antidepressivo, suprimir o ansiolítico ou somente utilizá-lo em situações específicas e isoladas).

Quanto ao tratamento psicoterapêutico, o mais indicado é a terapia cognitivo-comportamental. Para o caso das fobias sociais, as psicoterapias analíticas têm pouco ou nenhum resultado, pois além de elas serem menos focadas e estruturadas, demorando mais a demostrar ou proporcionar os ganhos do processo ao paciente, também geralmente focam-se em pesquisar a origem dos sintomas. Na fobia social, é muito comum que os paciente saibam de onde vêm seus sintomas, no entanto nesses casos (assim como em muitos outros) descobrir a origem dos mesmos, não cessa seu aparecimento. No tratamento cognitivo-comportamental da fobia social o foco é o presente e o futuro e o objetivo é mudar o comportamento fóbico.

Uma das metodologias utilizadas é a da exposição, na qual o paciente é encorajado e exposto às situações que teme de maneira gradual, crescente e controlada, no intuito de dessensibilizá-lo ao estímulo fóbico. Há também o treino das habilidades sociais, no qual o paciente desenvolverá um repertório maior de habilidades, nas quais muitas vezes não teve oportunidade de aprender ou desenvolver quando criança ou adolescente. Inclui-se aqui a expressão adequada das emoções, conhecida como treino de autoafirmação ou de assertividade. Com o tempo o paciente passa a viver a situação fóbica como outra pessoa qualquer.

Relatos

Mulher executiva que desde criança incomodava-se muito em estar presente nas comemorações (inclusive do seu próprio aniversário), pois as pessoas vinham abraçá-la, beijá-la, falar com ela e ela incomodava-se muito com isso. Hoje apresenta grande dificuldade em ser assertiva, ou seja, em colocar o que pensa e expor o que sente (principalmente emoções ligadas à raiva), gerando diversos problemas e complicações em sua vida. Quando questionada sobre o motivo de sua dificuldade, relata receio quanto ao julgamento do outro, mesmo quando não possui laços com as pessoas envolvidas. Outra dificuldade é colocar sua opinião sempre que está em grupo (mais do que duas pessoas). Pensa que não saberá se colocar, que não terá um bom desempenho em sua fala e que os outros poderão fazer mau juízo dela. Ela ainda passa por processo terapêutico.

João (nome fictício) é um jovem que se queixa muito de se ver como inadequado frente a grupos, julgando-se chato, inconveniente e por isso evitando o contato social sempre que haja mais de uma pessoa envolvida. Diz que quando está somente com um amigo ou amiga sente-se à vontade, mas com mais pessoas percebe-se recatado e não sabe-se portar. Relata que sua maior dificuldade é para conhecer garotas. Diz nunca ter conseguido chegar em uma, pois acredita que fará papel de ridículo, mesmo quando fica claro para ele uma demonstração de interesse por parte dela. Mas hoje, quando alguém apresenta uma garota a ele, ou seja, esse momento inicial de aproximação é superado, percebe não ter dificuldade alguma e relata conversar bem e sentir-se à vontade.