Medo do sucesso ou do fracasso?

Às vezes o fracasso é lugar conhecido e tranquilo, e o sucesso, distante ou desnecessário. Essa situação é familiar para você? Caso seja, talvez uma vida de abusos verbais repletos de generalizações sobre uma suposta vocação para o fracasso tenha lhe incutido a crença de que é desmerecedora ou desmerecedor do sucesso. Lidar com isso pode requerer um árduo trabalho pessoal de desconstrução dessa ideia e a ajuda de um terapeuta. Eis uma, entre tantas situações que nos fazem temer o êxito, medo tão frequente quanto o que temos do fracasso.

O medo de fracassar, por sua vez, é algo ligado à nossa necessidade de aceitação: perder, falhar – tudo isso é rejeitado em nossa sociedade, tomada por um conceito de sucesso errôneo (escrevi algo a respeito em texto anterior). A extrapolação do estresse advindo de desaprovação ou exclusão anteriores, por ocasião de um erro ou falha, para novas decisões na vida, pode gerar estagnação, derrotismo e infelicidade.

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Só o que se pode dizer é que, embora algumas causas para ambos os temores sejam conhecidas, não há remédios de prateleira para nenhum deles. As trajetórias singulares de vida imprimem marcas igualmente singulares em nossa relação com tais situações em nossas micro e macrorresoluções diárias. Lições do coaching (e sob uma visão influenciada pela Psicologia Positiva), no entanto, poderiam minimizar esses medos e/ou conduzir-nos para além da paralisia gerada por eles, agindo em etapas comuns a qualquer tomada de decisão.

Lição nº 1: escalonagem do plano de ação 

Assim como num processo de coaching, em que um plano de ação orienta uma grande mudança ou decisão, dividi-las em pequenas metas pode fazer com que os temores diminuam. Descreva, escalonando, por uma ordem de prioridades, os passos necessários até chegar ao resultado pretendido. 

Lição nº 2: reduza variáveis 

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Nos grandes e nos pequenos passos, quais são as ameaças e as oportunidades de cada um deles? O que é possível fazer, em termos práticos, para neutralizar as primeiras e maximizar as últimas? Não basta mentalizar. É preciso desenhar, escrever, botar no papel e enumerar ações para tais resultados. É quando é possível diferenciar ameaças reais daquelas imaginárias e aumentar nossa sensação de controle sobre a situação. Faça esse exercício a cada decisão ou etapa necessária para conduzi-la. 

Lição nº 3: cultive a flexibilidade

A análise anterior não vai deixá-la(o) livre de riscos. Assuma que é possível mudar de rota se preciso e pense em um plano B, C, D… quantos forem necessários para tranquilizá-la(o) quanto às possibilidades de êxito. A flexibilidade está ligada à nossa resiliência, de modo que cultivá-la, exercitando nossa capacidade de tirar o melhor proveito, sempre, de cada adversidade (leia-se aprendizados, novas perspectivas etc) nos deixarão não só mais flexíveis, capazes de recuar ou mudar de rota sempre que necessário, mas também mais resistentes aos insucessos. 

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Lição nº 4: atenção ao presente
 

Uma atitude mindfull elimina o foco em erros do passado e a ansiedade pelos resultados futuros. Auxilia a pensar no que deve ser feito, de maneira objetiva e pragmática, sem ruídos, para os resultados pretendidos. 

Lição nº 5: exercite o melhor de si 

Em Psicologia Positiva, nossas forças pessoais, ligadas a virtudes intrínsecas do ser humano, são o que temos de melhor a oferecer ao mundo. No exercício de nossas forças galgamos não apenas o êxito em determinadas ações, mas a nossa excelência. Sendo assim, podemos dizer que não haverá perdas: no fim de tudo, ao menos teremos oferecido ao mundo a melhor versão de nós (e nos aprimorado para o próximo desafio).

Lição nº 6: escalonagem de conquistas

Um grande êxito pode ser composto de pequenas vitórias. Comemore-as, sob o entendimento de que trabalhou para tanto e, portanto, é seu direito usufruí-las