Quero ou não ter uma alma gêmea?

E-mail enviado por uma leitora:

“Estou sozinha há três anos e sou uma mulher de 49 anos autossuficiente e independente. Meu sonho é encontrar o que chamo de “alma gêmea cósmica”, ou simplesmente um companheiro, após ter passado por um casamento muito difícil do qual não tive filhos. Mas ao mesmo tempo, me arrependo dessa decisão. Então, eu não estou firme no que decidi? Pois é, adoro fazer tudo do meu jeito e na hora que eu quero, talvez tenha me acostumado… Há um conflito, um estado bipolar dentro de mim que acho que me gera certa ansiedade. Contei tudo isso para fazer a seguinte pergunta: é normal querer e não querer, ficar em dúvida? O que a senhora me aconselha?”

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Resposta: Seu conflito é natural, saudável e bastante comum. Ter dúvidas demonstra saúde emocional. Ter certeza absoluta de qualquer coisa pode ser configurado como mais próximo do patológico. Afinal, se nem sabemos de onde viemos e para onde vamos, como ter certeza do resto?

Não se assuste com suas dúvidas

Assim, não se assuste com suas dúvidas. Tente fazer delas pontos de partida para reflexões que levarão você a um autoconhecimento mais apurado ajudando-a a tomar decisões mais compatíveis com seu jeito de ser.

Você diz que um lado seu sonha, ainda, aos 49 anos, com a “alma gêmea”. Não, sonhar não é feio, não é pecado, não é loucura. A concretização desse sonho, porém, além de não depender só de você, depende de um amadurecimento da ideia que você tem sobre casamento. Você já passou por um casamento difícil, então existem dados de realidade que podem ajudá-la a entender como funciona um relacionamento.

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Príncipe encantado: uma construção  

O príncipe encantado não vem pronto. E quando parece que vem, em geral, depois de algum tempo existem grandes chances de ele se transformar em sapo. Parece que foi o que aconteceu em seu casamento. Então, esse seu lado que ainda quer buscar um companheiro, deve voltar os olhos para aquela pessoa que tem potencial para ser sua alma gêmea; aquela pessoa que ainda não encanta tanto, mas pode ser um bom parceiro para a construção de novos planos; aquele homem que, a cada dia vai revelando, através da convivência, que gosta de estar junto de você, mesmo na repetição do simples cotidiano.

Em outras palavras, encontrar a alma gêmea não depende de uma atração imediata, como a de um imã, que junta duas pessoas. Depende de uma atração suave, continua e persistente capaz de criar um relacionamento duradouro. Nesse sentido, para encontrar sua alma gêmea diversifique seu olhar, evite partir de modelos idealizados e que já vêm completos. Procure a semente que tem potencial para gerar um lindo fruto ou uma bela flor.

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Não se preocupe com suas ambiguidades

Seu outro lado, aquele que gosta de ser livre, também tem que ser levado em consideração. Ser livre não significa, necessariamente, estar só. Você pode preservar essa sua independência, com ressalvas, é claro, mesmo tendo um relacionamento.

Vejamos: você, aos 49 anos não é obrigada a morar com ninguém. Pode ter sua casa, seus horários, seus costumes. E combinar com seu parceiro um modo de vida que envolva esse tipo de liberdade. É difícil encontrar? Talvez sim, talvez não.

Livres e a dois  

Existem muitos homens que também prezam sua liberdade e não querem perdê-la em função de um relacionamento. É só procurar. E entender que como esse tipo de relacionamento não é, ainda, o convencional, as regras devem ser muito bem combinadas para que a relação corra em harmonia.

Talvez você, depois de refletir, chegue à conclusão que, se tiver que optar, prefira ficar só, amorosamente falando. Nada errado. Estar só amorosamente falando não é ser só. Existem amigos, conhecidos, parentes, professores que podem preencher sua necessidade de se relacionar. Além do que, depois de algum tempo, mesmo um companheiro amoroso acaba se tornando mais um amigo do que qualquer outra coisa.

Mas o que fazer na prática?

– ao invés de ficar preocupada com suas ambiguidades, tente viver intensamente as oportunidades que aparecem na sua vida;

– quando aparecer uma paixão, apaixone-se;

– quando estiver só, aproveite para fazer tudo do seu jeito;

– quando se decepcionar, reflita sobre o que não aceita mais em sua vida.

De nada adianta desenhar uma vida ideal, que não depende só de você. Ao invés de perder tempo tentando programar seu futuro amoroso, enfrente seus encontros e desencontros com orgulho. São eles que escrevem sua verdadeira história de amor.

Atenção!

Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.