Artigos e pesquisas clínicas mostram o papel da vitamina D3 na redução do risco de infecções do trato respiratório, tanto pelo vírus influenza (gripe sazonal) como pelo novo coronavírus. Isto ocorre através de vários mecanismos: a vitamina D3 baixa as taxas de replicação viral, diminui as concentrações de citocinas pró-inflamatórias (que produzem uma inflamação explosiva, a qual ataca o revestimento dos pulmões, levando à pneumonia), e aumenta as concentrações de citocinas anti-inflamatórias.
Evidências
Há evidências que sustentam o papel da vitamina D3 na redução do risco de Covid-19: o surto ocorreu no inverno, uma época em que as concentrações de D3 são mais baixas; o número de casos no Hemisfério Sul (com clima mais quente) é comparativamente baixo; a deficiência de vitamina D contribui para doenças respiratórias agudas; as taxas de casos de letalidade aumentam com a idade e com a comorbidade de doenças crônicas, ambas associadas à menor concentração de vitamina D3.
Pesquisa
Analisando 780 casos de Covid-19 internados e confirmados laboratorialmente, os pacientes foram pesquisados sobre o status de vitamina D, idade, sexo, condições preexistentes e mortalidade. A metade (50%) dos casos tinha nível normal de vitamina D (acima de 30 ng/mL), e destes apenas 4% morreram. De outro lado, 27% tinham vitamina D insuficiente (21 a 29 ng/mL), e outros 23% eram deficientes (abaixo de 20 ng/mL) – e a maioria morreu (84 e 99% respectivamente). Após ajuste por idade, sexo e condições preexistentes, pacientes com insuficiência de D3 tiveram 7,63 vezes mais chances de morrer e aqueles com deficiência tiveram 10,12 vezes mais chances de morrer.
Prevenção
Para reduzir o risco de infecção por influenza ou coronavírus, os pesquisadores recomendam que se considerem doses altas de vitamina D3 para aumentar rapidamente a concentração no sangue, seguidas por uma dose de manutenção de 2.000 a 5.000 UI diárias. O objetivo é manter o nível sanguíneo de D3 entre 40-60 ng/ml.
Tratamento
No tratamento de pessoas já infectadas com Covid-19, doses maiores de D3 podem ser úteis. Ensaios controlados randomizados e grandes estudos populacionais devem ser realizados para avaliar essas recomendações – uma perspectiva positiva contra os diversos vírus respiratórios. A suplementação conjunta de magnésio é recomendada, pois o mineral ajuda na ativação enzimática da vitamina D. Nunca se automedique, fale com o seu médico.
Referências
*Nutrients 2020. Evidence that Vitamin D Supplementation Could Reduce Risk of Influenza & COVID-19 Infections & Deaths.
*SSRN 2020. Patterns of COVID-19 Mortality & Vitamin D: An Indonesian Study.
*SSRN 2020. Vitamin D Supplementation Could Possibly Improve Clinical Outcomes of Patients Infected with Coronavirus-2019 (COVID-2019).
*Alimentary Pharmacology & Therapeutics 2020. Covid‐19 and Vitamin D.