por Luiz Alberto Py
Quando o descontrole causado pelo ciúme chega a levar uma pessoa a cometer crimes, estamos diante de uma situação em que o amor já desapareceu há muito tempo. Sobrou o egoísmo e a truculência. É a manifestação de uma personalidade desequilibrada, impossibilitada de viver em comunidade. Estas pessoas podem ser identificadas pela tendência a serem vaidosas, arrogantes, pretensiosas, presunçosas e prepotentes. Precisam ser isoladas do convívio dos outros porque não respeitam o próximo e não têm a menor consideração pelos demais seres humanos.
O ciúme não é manifestação de amor, e sim de possessividade. Quando o descontrole causado pelo ciúme chega a levar uma pessoa a cometer crimes, estamos diante de uma situação em que o amor já desapareceu há muito tempo. Sobrou o egoísmo e a truculência. É a manifestação de uma personalidade desequilibrada, impossibilitada de viver em comunidade. Estas pessoas podem ser identificadas pela tendência a serem vaidosas, arrogantes, pretensiosas, presunçosas e prepotentes. Precisam ser isoladas do convívio dos outros porque não respeitam o próximo e não têm a menor consideração pelos demais seres humanos.
O ciúme é um sentimento comum a todos os seres humanos, e existe em todos os tipos de relacionamentos e não apenas nos amorosos. Pode existir também, por exemplo, entre professores e alunos ou chefes e subalternos, tanto quanto no meio de pais e filhos. Trata-se de uma emoção instintiva e natural. Até mesmo os animais, tanto os selvagens quanto os domésticos, manifestam ciúme de seus parceiros. Sendo que estes últimos também desenvolvem sentimentos de ciúme em relação ao dono.
Porém, apesar de natural e instintivo, o ciúme não deve ser um guia para nosso comportamento, pois as emoções são más conselheiras. E, quanto mais intensas, mais precisam ser evitadas e contidas. Muitas vezes os ciumentos conseguem fazer belos discursos, mas se mostram vazios de conteúdo. Emitem palavras ocas, sem qualquer significação autêntica e que não correspondem a nenhuma verdade interior. Embora tudo isto faça parte do conjunto de impulsos naturais e selvagens que possuímos, a repressão das manifestações destrutivas do ciúme – desde as conhecidas 'cenas' acompanhadas de gritos e choros, até a violência mais explícita – é fundamental para a vida civilizada.
Por vezes ocorrem até crimes passionais motivados pelo ciúme. Todo e qualquer crime desta natureza precisa receber condenação para desagravar a sociedade e também evitar que a impunidade sirva de incentivo a outros atos de violência. Quando a justiça segue seu caminho e chega ao resultado correto, é dado um importante passo para a paz social. Qualquer que seja a transgressão, sua rápida e eficaz punição é a resposta de que necessitamos e esperamos.
Nunca é demais a insistência em alertar as pessoas a respeito do fato de que o ciúme não ajuda o relacionamento de ninguém, só atrapalha. A solução não está em fazer o ciúme desaparecer, mas em sentir ciúme sem ter que incomodar o parceiro com os próprios sentimentos mórbidos. É extremamente desrespeitosa a suspeita de que seu parceiro esteja lhe traindo, como é insultuoso você levantar contra ele desconfianças sem fundamento. Embora as pessoas costumem pensar o contrário, o fato é que o ciúme revela falta de amor, porque a mais importante prova de amor é, justamente, respeito e confiança. Quem respeita e confia, não tem direito de duvidar do parceiro sem um motivo sério.
Os ciumentos costumam ter a ilusão de que se controlarem o parceiro ficarão protegidos de ser traídos e por isto perdem tempo e energia nessa tarefa inútil e ridícula. Na verdade tal controle é inútil, porque sempre existirão situações onde será impossível dominar os acontecimentos e saber tudo o que se passa com o outro.
O ciúme é um sentimento natural e inevitável, mas devemos combatê-lo por ser irracional e prejudicial às relações amorosas. O ciúme precisa estar sempre sob nosso controle e não devemos nunca nos deixar controlar por ele. Quando a pessoa perde o controle sobre o ciúme, torna-se um ciumento e age de forma doentia com o seu companheiro. Ciúme descontrolado é uma doença, geralmente conseqüência de situações traumáticas acontecidas na infância do individuo que o tornaram excessivamente inseguro. É de difícil tratamento, pois raramente o ciumento admite estar doente e precisando de ajuda profissional.
A melhor maneira de lidar com nosso próprio sentimento de ciúme consiste em compreendê-lo e evitar manifestá-lo de forma irracional. Podemos usar o sentimento de ciúme de maneira inteligente, pois ele pode nos ajudar a melhor perceber uma situação que estamos vivendo e por isto ele merece ser observado, registrado e examinado com cautela.
O que refletir quando o ciúme aparecer?
Quando o ciúme aparece, as perguntas que podemos nos fazer são:
"O que está me levando a sentir este ciúme agora?"
"O que posso fazer para diminuir o desconforto que ele me causa?"
"Qual a maneira mais produtiva de conversar com meu parceiro, ou parceira, sobre meu sentimento?"
"Como modificar minha relação amorosa para parar de sentir ciúme?"
Fazendo predominar o pensamento sobre o sentimento e a reflexão sobre a ação, podemos administrar nossa vida e trabalhar em prol de nossa própria felicidade. O importante de entender é que o ciúme é uma reação natural, mas é uma emoção e, portanto, nada tem de racional. Você não deve deixar que uma tolice estrague sua vida e sua possibilidade de ser feliz.
Existe quem tenha ciúmes até mesmo da mulher que permanece em casa, exclusivamente dedicada a cuidar dos filhos. Nestes casos, estamos diante de uma condição emocional grave: delírio de ciúmes. Situação que costuma acontecer com muita freqüência em alcoólatras crônicos ou em esquizofrênicos. Contudo, o que mais chama a atenção em alguns destes casos é o fato da esposa oprimida não se indignar com as acusações absurdas do marido, pois acusar alguém sem provas, nem motivos constitui ofensa extremamente grave e, portanto, deveria ser veementemente repudiada, já que atinge a moral e a dignidade da mulher ofendida. A falta de reação pode estimular o agressor a continuar com seu comportamento doentio. Portanto, se você for vítima de tal tratamento injusto, deve reagir, para o bem dos próprios filhos. E, ao mesmo tempo, pressionar para que ele procure tratamento psiquiátrico.