Mindfulness: os três mitos da meditação de atenção plena

por Regina Wielenska

O tema da meditação de atenção plena (em inglês, mindfulness) tem sido cada vez mais abordado pelos meios de comunicação. No entanto, nem sempre os pontos principais são compreendidos. Em função disso, gostaria de esclarecer alguns destes mal-entendidos.

Continua após publicidade

Com frequência ouço alguém dizer que não consegue meditar porque acha difícil manter a mente livre de pensamentos: e quem disse que isso é possível ou necessário?

A mente humana se desenvolveu no sentido de estar alerta e quase que constantemente produzindo opiniões; borbulham ideias de toda sorte na maior parte do tempo. Na meditação de atenção plena, especialmente com quem começa a prática, a proposta é se dar conta dos muitos pensamentos que haverão de surgir e seguir com o foco no (ou seja, basta se dar conta de que "estou pensando sobre x" e voltar a inspirar e expirar com consciência). Faz-se isso, esse ir e vir, o tempo todo, sem críticas ou diálogos internos acerca de cada pensamento que aparecer no campo da consciência.

A segunda ideia errônea é que ninguém aguenta ficar parado por muito tempo. Mas não é verdade que a imobilidade seja mandatória ao se meditar. É possível manter a atenção plena enquanto se caminha, dirige o carro, prova um bombom, anda de bicicleta no parque, toma uma chuveirada ou prepara o almoço. Viver o presente, se conectar com ele, pode ser algo a se fazer em movimento. A questão é focar nas sensações e viver plenamente o ato de respirar, sem julgamento ou críticas.

Por fim, costuma-se divulgar a ideia de que o praticante precisa de, no mínimo, meia hora por dia para meditar. O que poucos sabem é que exercícios de mindfulness começam com 60 segundos bem aproveitados, podendo-se chegar a praticas tradicionais de 30 ou mais minutos. Quem tem tempo restrito, pode fazer mais práticas curtas ao dia, aproveitando brechas no cotidiano. Lembrem-se de que de grão em grão a galinha enche o papo?

Continua após publicidade

Há uma infinidade de vídeos na Internet, livros, e workshops sobre mindfulness.

Converse com amigos em busca de sugestões confiáveis, pesquise com cuidado, você acabará encontrando recursos de apoio para dar início a esta prática transformadora.