por Anette Lewin
"Altero muito fácil com meu namorado. Tenho medo dele terminar comigo, pois ele diz que preciso de um psicólogo."
Resposta: A avaliação do descontrole emocional esbarra quase sempre na questão: de quem é a culpa?
Na maioria dos casos não existem culpados ou inocentes quando se fala de relacionamento. Se você se altera constantemente é porque seu parceiro deve estimular, mesmo sem querer, esse tipo de comportamento ao invés de tentar evitá-lo. Você, por outro lado, mesmo temendo que seu parceiro termine a relação, não encontra motivações para agir de outra forma. Talvez por insegurança ou receio de que um novo modo de agir coloque a relação mais em risco do que já está.
Afinal, quem se sente inseguro, prefere manter velhos hábitos do que arriscar novos. Ou porque, no fundo, acha que você é estourada mesmo e mudar seu jeito é "deixar de ser você mesma". Será?
Esse último argumento, embora nem sempre consciente, é o que acaba atrapalhando muito os relacionamentos. Sim, é verdade, cada um tem seu jeito original de ser. Mais impulsivo, mais tranquilo, mais alegre, mais deprimido, etc. Porém, ao se propor a conviver com alguém, a pessoa deve estar consciente de que algumas características originais poderão inviabilizar o relacionamento com aquela pessoa em especial. E, consequentemente devem ser "domadas" para que a relação sobreviva. Desenvolver novos comportamentos em nome de uma harmonia conjugal não tira a identidade de ninguém; muito pelo contrário, ajuda a enriquecê-la.
Difícil? Nem tanto.
Estratégias
– Tente, em primeiro lugar entender o que detona suas explosões e converse sobre isso com seu parceiro num momento de tranquilidade;
– Tente propor algumas mudanças que envolvam os dois evitando que a conversa recaia sobre a questão da culpa;
– Entenda que você precisa encontrar, dentro de você mesma, táticas de controle, para que as tentativas tenham sucesso.
Depois disso, se você ainda sentir que se altera por qualquer coisinha, siga os conselhos de seu parceiro: procure uma terapia que pode ajudar bastante.
