por Flávio Gikovate
Pessoas que decidem ganhar a vida através do exercício de suas potencialidades intelectuais podem se envolver plenamente no projeto de tentar saciar sua enorme curiosidade.
Elas procuram ler muito e conversar com pessoas mais experientes. Esse projeto de vida é fascinante, embora parte dessas pessoas não seja bem remunerada.
A busca do conhecimento e o aprimoramento da Verdade através do desenvolvimento das ciências exatas, humanas e biológicas são os principais objetivos dos intelectuais.
No entanto, aos poucos, esses intelectuais percebem que a acumulação de conhecimento determina sinais de admiração nas outras pessoas; percebem que podem se destacar por essa via; percebem que aqueles que se dedicaram mais objetivamente a atingir metas de fortuna os invejam.
Assim, passam a exibir o conhecimento com o intuito de chamar atenção e atrair admiração; gradualmente se apercebem desse fato de forma mais consciente e talvez até por que se sintam frustrados com suas recompensas materiais; usam as citações de autores famosos da mesma forma que mulheres ricas usam seus brilhantes.
Parte dos intelectuais luta a partir de certo ponto de suas vidas, mais pela posição de destaque social do que pelo conhecimento. Dessa forma, eles se distanciam de sua missão de fazer questionamentos intrigantes: objetivos e subjetivos. Mas lutam para serem conhecidos e reconhecidos; querem ser professores eméritos, catedráticos… Enfim, deixam se seduzir por honrarias, como a de ter um título de Doutor por exemplo.
Em conclusão, de uma maneira geral, e reiterando o que já foi dito, podemos afirmar que parte das pessoas mais dotadas de competência para o mundo do trabalho, luta acima de tudo para ter esse reconhecimento social e fama derivada da riqueza material. Elas se viciam na vaidade e daí para frente, nada mais as satisfaz, querem sempre mais.