por Karina Simões
Cada vez mais percebo a grande dificuldade de se estabelecer um profícuo diálogo nas relações afetivas e interpessoais. Por isso, vou tratar do tema assertividade.
Assertividade é falar e agir com sinceridade, sem inibição, temor ou agressividade; sendo claro, afirmativo, sem deixar dúvidas sobre o que pensamos e sentimos. Porém, isso tudo sem agredir ou provocar incômodo na outra pessoa. Assim, assertividade é a arte de defender nosso espaço vital, nosso "mundinho particular", sem recuar e agredir.
O comportamento assertivo pode ser aprendido e não deve ser visto como uma característica de personalidade. Não se nasce assim. Pode-se aprender a ser assertivo!
Como age uma pessoa assertiva:
– Expressa seus sentimentos com espontaneidade, naturalidade e calma;
– Adota uma postura clara e transparente, sem disfarces ou máscaras;
– Diz sim ou não como decorrência de uma análise imparcial e jamais tendenciosa;
– Enfrenta o problema e não a pessoa;
– É firme, quando necessário, sem ferir ninguém;
– Sabe ser flexível, sem abandonar seu espaço vital, nem invadir o do outro;
– Faz valer seus direitos sem, contudo, negar os direitos do outro, que considera tão importantes quanto os seus.
Os princípios da assertividade se baseiam nos seguintes pilares:
1. Na qualidade da comunicação interpessoal;
2. Na aceitação das limitações do outro, sem agressividade;
3. No respeito ao posicionamento do outro;
4. Na confiança entre as partes;
5. No reconhecimento das reais intenções do emissor e do receptor da mensagem.
O passo-a-passo para desenvolver o comportamento assertivo:
1. Fique ciente de seus direitos; — entenda-se: Ética, Direitos humanos, Código Civil, Convenção do condomínio.
2. Identifique como você está se sentindo na situação;
3. Relacione seu sentimento com um comportamento específico da pessoa; ou seja, se a pessoa entendeu o que você sentiu e disse;
4. Evite fazer suposições ou referências aos motivos do comportamento do outro;
5. Tenha cuidado na escolha de suas palavras;
6. Atente-se para a comunicação verbal e não verbal;
7. Certifique-se de que suas colocações não foram mal interpretadas;
8. Revele suas necessidades, mas também esteja disposto a ouvir as do outro.
Na prática clínica, trabalhamos esses comportamentos em um Treino de Habilidades Sociais (THS). Nesse treino, é ensinado ao paciente a fazer modificações em seus padrões comportamentais disfuncionais com objetivo de quebrar suas crenças desadaptativas e reestruturar o seu processo cognitivo.