Pode-se tratar transtorno bipolar somente com terapia?

por Joel Rennó Jr.

Resposta: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), antes conhecido como Psicose Maníaco-Depressiva (PMD) é uma doença mental crônica que afeta cerca de 2,4% da população brasileira.  

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A incidência entre homens e mulheres é a mesma. Os primeiros sintomas da doença costumam aparecer entre 15 e 24 anos.

Embora costume ser uma doença grave e sem cura até o momento, ela pode ser controlada e o portador levar uma vida normal, sem incapacitações quando faz o correto tratamento.

De maneira geral, o TAB é caracterizado pela alternância entre dois episódios: depressão (humor deprimido, perda de prazer ou interesse por atividades habituais, dificuldade de concentração, agitação ou lentificação, perda de energia, sentimento de culpa e alterações do padrão do sono) e mania (aceleração do pensamento, rapidez na fala, agitação, irritabilidade, diminuição da necessidade de sono, euforia, autoestima elevada, muita energia e até impulsividade).

Tais sintomas podem variar de intensidade, com diferentes níveis de gravidade.

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As causas ainda não são conhecidas, mas sabemos que são decorrentes de alterações no funcionamento do cérebro, com altererações neurobioquímicas e de atividade diferenciada em determinadas regiões cerebrais Há muitas pesquisas em andamento para o descobrimento das causas. O diagnóstico é feito por avaliação psiquiátrica.

Os fatores genéticos são importantes, a incidência costuma ser maior em familiares de portadores.

Sempre deve haver uma avaliação clínica pormenorizada de cada paciente, porque algumas doenças podem cursar com sintomas semelhantes. Nas mulheres vulneráveis, o período do pós-parto é de grande risco para o primeiro episódio depressivo ou maníaco. O mais comum é a depressão.

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O tratamento varia de acordo com a gravidade e características da manifestação da doença, mas geralmente é composto de medicamentos como estabilizadores de humor, antipsicóticos e excepcionalmente antidepressivos e psicoterapia.

A psicoterapia ajuda o paciente a entender o papel da doença na sua vida e a conviver com ela, mas sozinha não é suficiente. Um grande problema é a baixa aderência ao tratamento medicamentoso o que coloca o paciente em risco de suicídio, abuso de álcool e drogas, entre outros.

Grupos de apoio são também importantes.

Cito a ABRATA (www.abrata.org.br )

Atenção!

Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.