por Blenda de Oliveira
“Tenho uma mãe superprotetora. Ela não parece ser minha amiga, e sim uma detetive que quer rastrear meus passos e controlar o que devo ou não fazer. Minha vida até agora foi assim. Tenho 21 anos, estou tentando quebrar essas correntes que foram sustentadas: a chantagem emocional e agressões verbais. Nunca me dei bem com ela. Por ter opinião própria e ter espírito independente, sempre me teve como uma filha revoltada. Agora sinto os danos nas minhas atitudes. Falta de confiança, medo e insegurança. As vozes ecoam no meu inconsciente: ‘você não pode fazer isso; isso é errado; eu desaprovo aquilo'”.
“Para libertar-se da mãe, é preciso passar por um processo de individuação”
Resposta: O processo de individuação requer coragem e pode não acontecer num tempo muito rápido, pois se assim fosse, teria que romper completamente e buscar seu caminho. Não me parece que essa seja a melhor opção.
De qualquer forma, você ainda depende de sua mãe e tem por ela sentimentos dúbios. Não suporta sua ingerência sobre sua vida, mas também se vê prisioneira de suas palavras. Terá que aprender a encontrar uma forma de lidar com isso que lhe deixe um pouco mais confortável para que possa ir, aos poucos, delimitando os limites e ser você quando puder ser.
Minha sugestão é que procure alguém, um psicoterapeuta, para lhe ajudar nesse processo. É um processo que requer de sua parte energia para ouvir e não ouvir as vozes que há muito já foram inscritas em seu inconsciente, mas não significa que terá que seguir o que “elas” insistem em lhe dizer.
Vale lembrar que nesse processo não é possível não desagradar alguém. Você terá que fazer uma opção: continuar se sentindo agredida, mas fornecendo a sua mãe a total tolerância às carências dela das quais você não é responsável ou passar a se colocar no topo da lista das prioridades?
Para fazer o omelete alguns ovos precisam ser quebrados, depende do tamanho do omelete que queira fazer.
Boa Sorte!