Por Miriam Rodrigues
Para entendermos o processo de bullying, precisamos ter em mente que a prática é uma dinâmica de grupo e, sendo assim, sempre existirão três agentes:
– Aquele que faz o bullying, o agressor;
– Aquele que recebe o bullying, a vítima;
– Aquele que assiste, a plateia.
O bullying é uma consequência de necessidades não atendidas; quando tais necessidades não são expressadas e atendidas de modo construtivo, o indivíduo irá expressá-las através de um modo negativo, ou seja, através da hostilização.
Os três participantes estão demonstrando suas carências, e, assim, a dinâmica grupal é perpetuada.
O cyberbullying é a amplificação do primeiro – é muito pior e não acaba.
Nesse tempo de redes sociais, a violência não acaba – ela persegue o indivíduo até no conforto e segurança de sua própria casa.
Os momentos do jovem sendo humilhado são filmados, compartilhados e assistidos milhares de vezes; seu nível de exposição aumenta em proporções gigantescas.
Assim, o estresse e dor emocional são constantes, pois não há um “amortecedor”, não há um período de liberdade, um período de paz.
A vítima está sendo agredida continuamente.
Dessa forma, se faz necessário instituir espaços de auxílio e de escuta dentro dos ambientes nos quais a agressão ocorre. A promoção de uma cultura na qual se fala de emoções é fundamental.
Através dessas atividades, a angústia sentida pelos agentes não será mais manifestada através do comportamento nocivo.
Falar de saúde emocional, sistematicamente, acaba com o bullying.