Prática de swing deve ser vista como uma possibilidade e não como um ideal

por Sandra Vasques

“Eu e minha noiva nos damos muito bem na cama, mas depois que fomos a uma casa de swing e fizemos apenas troca de carícias vi que gosto muito dessa vida liberal. Ela reluta e diz que não gosta, mas quando fomos, curtiu bastante e ficou mais excitada que o normal. Como posso tentar mostrá-la que ela também curte e não precisa sentir-se culpada?”

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Resposta: Sua noiva pode não estar se sentindo culpada apenas, pode estar insegura e assustada com essa nova proposta de relacionamento, o swing ou troca de casais. Em nossa sociedade o swing ainda não é visto como uma alternativa estimulante e desejável para a vida sexual dos casais.

Muito pelo contrário, é visto como algo inadequado e inviável para casais que se respeitam e se amam, pois quebra uma lei importante, a da fidelidade, a lei que diz que o desejo sexual deve se restringir ao par escolhido e amado. Além disso, sobre a mulher, as pressões e preconceitos em relação à liberdade de expressão sexual ainda são muito fortes e é difícil de lidar. E sua noiva faz parte dessa sociedade. Além disso, ela conheceu e se excitou com uma nova forma de relacionamento, mas isso não significa que ela deva necessariamente querer continuar a praticá-la.

Para as pessoas que praticam o swing, o respeito entre o casal é um dos itens mais importantes, contrastando com o que pensa a maioria das pessoas. Mas é o respeito sobre o limite de cada um e os acordos que eles façam sobre o que poderá acontecer durante a troca de casais e depois. Eles precisam conversar aberta e honestamente sobre o que acham que será bom e gostoso deixar acontecer entre eles e o outro casal, se vão ficar só nas carícias ou se vão, por exemplo, permitir o beijo, a penetração.

Precisa haver muita confiança um no outro, um no desejo do outro. Não é recomendável que casais em crise, por exemplo, tentem o swing como uma saída, pois a maior possibilidade é que as coisas piorem. Os casais que gostam da prática do swing a veem como uma outra forma de obter prazer sexual, ampliando as fronteiras da relação do casal. Apesar de ser uma alternativa para muitos casais, é importante que essa forma de relacionamento sexual seja vista como uma possibilidade, e não como o ideal para todos os casais. Existem muitos pares felizes com sua relação a dois, têm um ótimo entrosamento, são criativos e não pensam em incluir outras pessoas nessa história.

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Então, sugiro que você e sua noiva conheçam mais sobre a prática da troca de casais, entrem em sites que falem a respeito, conversem mais sobre o que viveram na casa de swing, o que gostariam de repetir, e o que não gostariam. Conversem sobre seus desejos, sobre seus medos, e questionem de onde eles vêm, do que se trata. Se ela tiver valores importantes nos quais acredita e que para ela são muito importantes e que a impeçam de praticar o swing, então vai ser difícil ela concordar em continuar. Mas se chegarem à conclusão de que pode ser realmente interessante para vocês, poderão começar devagar e dentro de limites possíveis para os dois.

Não dá para saber se ela vai achar o swing tão interessante e legal como parece ser para você, e mais uma vez quero enfatizar que isso não quer dizer que ela esteja errada. Se ela não quiser é um direito e uma possibilidade. E daí, você é que vai ter que ver o que decide sobre o relacionamento de vocês, se continua investindo em sua noiva, com quem você diz se dar muito bem na cama, ou se vai em buscca de outra história, de uma vida mais liberal. Não é uma decisão fácil, mas é muito importante que seja tomada para não haver cobranças e mágoas que se infiltrem na vida do casal e acabe por destruí-la.

 

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