Por Rosemeire Zago
Segredos! Cada um de nós têm os seus. Alguns guardamos, outros acabamos revelando. Afinal, sempre nos ensinaram que a honestidade é uma das maiores virtudes.
Mas depois que encontramos coragem para confessar aquilo que nos incomodava tanto e somos traídos em nossa confiança, começamos a questionar se devemos nos expor tanto assim, fazendo de nossa vida um livro aberto. A necessidade de compartilhar um problema é muito comum. Ansiamos por falar, desabafar. Somos tão carentes de pessoas que nos ouvem, são compreensivas, que quando encontramos alguém com essas características, não nos seguramos e quando percebemos, contamos passagens muito íntimas de nossa vida.
Mas quantas vezes você confiou e se decepcionou? Amamos e somos traídos. Num momento de desabafo contamos algo por confiarmos e quando percebemos, outras pessoas já estão sabendo. Como nos decepcionamos com a confiança que depositamos em alguém! E como isso machuca.
Se você tem o hábito de contar sobre sua vida, independente para quem seja, pergunte-se com qual objetivo você fala da sua vida para todos que se aproximam. Há pessoas que na fila do banco, na espera do consultório, na festa do sábado, já vão contando coisas tão íntimas. Será necessidade de ser ouvido? De receber atenção? Se sentir querido? Os motivos podem ser muitos.
Contar os nossos problemas aos outros pode ser ainda uma maneira de confirmarmos se eles são capazes de nos ouvir, e até de colocarmos à prova o carinho que sentem por nós, se é que sentem. No entanto, pode se transformar numa dolorosa lição: a pessoa em quem confiamos pode não ser merecedora da nossa confiança.
Aprendemos desde cedo algumas crenças. Quem nunca disse ou ouviu: "minha vida é um livro aberto", ou "não tenho nada a esconder", ou ainda, "a verdade sempre, doa a quem doer"? Sim, o princípio básico é sempre a verdade, mas se você conheceu alguém recentemente deve ter cuidado para contar coisas suas de sua vida pessoal. Essas frases podiam valer numa época em que a confiança era fator importante na manutenção das relações, mas será que podem valer nos dias atuais?
Quantas vezes você sentiu que podia confiar, contou suas tristezas, seu passado e num momento de discussão a pessoa usou aquilo para te machucar? Isso acontece com muita frequência e através de todas as experiências que passamos, aprendemos que devemos ser mais cautelosos nas nossas confidências. Devemos aprender a confiar mais em nós mesmos e saber dar tempo ao tempo para desenvolver a confiança com alguém que conhecemos.
Confidências no trabalho
No trabalho é comum algumas pessoas chegarem ansiosas para contar o que aconteceu na noite anterior, seja um briga ou uma deliciosa noite de amor. Mas será que devemos contar aos nossos colegas sobre a última briga feia que tivemos em casa? Ou sobre as fantasias sexuais? Quem não tem histórias para contar do quanto confiou e se enganou no ambiente de trabalho? Quantas vezes você contou algo e depois soube que o departamento inteiro que você trabalha ficou sabendo? Cuidado! Ambiente de trabalho não é indicado para expor sua vida pessoal ou íntima, pois lá na frente isso pode ser usado como uma arma contra você mesmo.
Não há dúvidas de que esconder lembranças e emoções pode trazer muito desgaste, mas o que faz as pessoas guardarem certos segredos a sete wp_posts, não é só a falta em quem confiar, mas as decepções que já teve quando confiou. Quem guarda um segredo a sete wp_posts pode ter um bom motivo para agir assim: autopreservação.
A sinceridade é fator imprescindível nas relações íntimas e até para manter a amizade e cumplicidade, mas devemos aprender a sermos mais sinceros conosco mesmo, pois quase sempre omitimos ou fugimos de nossos verdadeiros sentimentos e essa é uma das causas da origem dos conflitos internos.
Você já percebeu que as pessoas tendem a tornar público os segredos dos outros, nunca os seus, e o pior, pelo simples ato de ferir ou irritar alguém. Outros ainda, simplesmente por agirem sem pensar, de forma impulsiva, falam sobre sua vida e o pior, o que sabem da vida dos outros. Os motivos mais comuns que levam uma pessoa a revelar o próprio segredo pode ser a necessidade de aliviar uma culpa, proteger alguém ou até a si mesma.
É claro que trocar confidências é uma maneira natural de aprofundar os relacionamentos, mas se arrepender de ter falado algo para quem não merece sua confiança, também pode transformar o que parecia sólido num enorme abismo. É assim que se criam as chantagens. Confiar cegamente em alguém, depois de algum tempo, essa pessoa usar as informações que você forneceu em confiança para te manipular, e assim te aprisionar.
Como saber o que contar, e se isso irá aproximar ou afastar as pessoas? A maneira mais indicada de saber se deve revelar um segredo ou não é pensar nos motivos que te fazem contar, se é algo sobre sua própria vida ou de outra pessoa, e principalmente, quais serão as consequências. Pergunte-se o que está desejando com isso. Quer saber se as pessoas se importam com você, deseja ser ouvido, ou o fato de contar algo importante da vida de alguém poderá fazer com que percebam que você confia na pessoa e assim ela passará a confiar em você? Será?
Para evitar decepções o mais indicado ainda é confiar acima de tudo em você. Mas se está precisando compreender o que se passa e precisa conversar, procure escrever sobre seus sentimentos ou busque orientação de um profissional ou procure aquela amiga que já deu demonstrações de fidelidade e discrição.
Quando se trata de falar sobre sua vida você deve ponderar os prós e contras, e decidir quem deve merecer ou não sua confiança, mas se tem o hábito de revelar fatos da vida de outras pessoas, repense se isso é correto e com qual objetivo você faz isso. Lembre-se que amanhã você poderá ser o alvo da conversa. Se não tem o que falar, o melhor sempre é manter o silêncio, falar sobre o tempo, a última notícia, nunca sobre confidências de outra pessoa. Se irá contar apenas por contar, ou pior ainda, se corre o risco de provocar danos à sua imagem ou se pode machucar alguém, o melhor é guardar apenas para você.