por Nicole Witek
Dr. Guy Vallancien: "Medicina leva em conta os fenômenos psíquicos e se aproxima das noções de serenidade, bem-estar e felicidade"
“Estávamos numa sociedade onde os médicos e o hospital se encarregavam do paciente. Para cada problema existia uma pílula ou um ato terapêutico. A agressão localizada contra o corpo se respondia por uma ação focalizada. Pois bem…. Acabou… Os serviços de medicina hospitalar foram deixados para trás: precisamos encarar a situação de uma maneira mais global. Tivemos que levar em conta os fenômenos psíquicos, agora precisamos nos aproximar de noções como serenidade e bem-estar. Estamos até falando de ´felicidade´.”
Quem diz isso não é nenhum guru de seita, nem a professora de yoga que está por trás dessas linhas. É uma eminência, professor-doutor universitário e um dos melhores urologistas dos hospitais parisienses: Dr. Guy Vallancien. Médico hospitalar de grande experiência, o que confere ainda mais credibilidade à sua fala. Nos dias 28 e 29 de setembro, Vallancien organizou um importante simpósio, “Passando da saúde ao bem-estar”, em Chamonix, na França.
O que podemos entender dessa posição?
Será que a medicina chegou ao ponto onde é imprescindível revisar os conceitos?
Depois de ter "cortado" partes dos pacientes e enviado para especialistas como cardiologistas, oncologistas, cirurgiões… cada um melhor que o outro, parece que a medicina entra numa nova era de sua história: o avanço na qualidade do atendimento bem como na prevenção para melhorar o estado de saúde da população.
Estamos falando de uma abordagem cultural! A sociedade deve dar um grande passo à frente para que cada um possa se encarregar da própria saúde. Não esperar que tudo venha da medicina, nem do hospital.
Essa é a proposta dos médicos, já que além deles tratarem dos sintomas, eles também têm que levar em conta o lado psicológico no tratamento de um problema de saúde.
Essa declaração do Dr. Guy Vallancien não é só o reflexo de uma realidade onde os pacientes estão procurando, paralelamente à medicina convencional, a ajuda da medicina complementar como a homeopatia, a acupuntura, a osteopatia dentre outras. Podemos entender também que num momento de crise como estamos vivendo, seria uma economia fantástica.
Sem falar exclusivamente do sistema de saúde na França que está num déficit vertiginoso*, podemos simplesmente apontar o fato que a economia dos países gozaria de um pouco mais de oxigênio e um alívio em suas despesas.
A prevenção entraria em cena como preocupação maior da população. O cidadão prestaria mais atenção ao que ele vive e sente.
E finalmente, que visão do ser humano devemos ensinar para que o paciente se sinta totalmente integrado a ele mesmo?
Por que não voltar para uma linda forma de yoga que leva em conta o ser integral que reconhece a ação do psiquismo (da alma) no corpo e do corpo no psiquismo?
Por que não considerar que devemos fazer a manutenção de nossa saúde por nós mesmos, estando à escuta do que sentimos fisicamente e emocionalmente?
Seria formidável se a sociedade pudesse reconhecer o valor do yoga como ciência milenar, forte em sua experiência e em sua anterioridade, como método de prevenção para uma boa saúde e para o autoconhecimento.
Além disso, o cidadão encontraria seu ponto de equilíbrio na sociedade, encontraria o seu lugar. Nada melhor para o corpo e a alma do que se sentir no próprio lugar, aqui e agora.
http://www.canalcham.fr/fr/home
www.rue89.com/sites/news/…/rapport_med_compl_ap-hp-05-2012.pdf –
* 9 bilhões de euros para 2011 http://www.lefigaro.fr/conjoncture/2012/04/10/20002-20120410ARTFIG00270-securite-sociale-moins-de-9-milliards-de-deficit-en-2011.php