por Thaís Petroff
Ao nos conscientizamos que somos responsáveis pela criação e manutenção de nossos problemas, passamos a ter mais recursos para lidar com eles ou nem criá-los.
A percepção de que nossas escolhas permitem ou facilitam que as coisas aconteçam de certo modo, é muito importante.
Parece um clichê dizer que somos nós que criamos ou permitimos os desfechos vivenciados no dia a dia. Mas quando percebemos a profundidade dessa ideia, nos tornamos mais poderosos e donos de nossas vidas.
Ao compreendermos que tudo que nos acontece foi de algum modo cultivado por nós, temos a oportunidade de perceber: as decisões tomadas para chegar nesse resultado; os pensamentos que influenciaram nossos comportamentos e que por sua vez causaram ou facilitaram um determinado acontecimento.
Dessa forma, temos a possibilidade de no mínimo lidar melhor com a situação, uma vez que se entenda a sua parte de responsabilidade na sua construção. E mais ainda, aprender com se chegou nisso e futuramente não repetir os mesmos passos.
Isso se aplica aos nossos problemas. Quando desenvolvemos a consciência de que cada coisa que fazemos é um tijolo que colocamos em um determinado lugar, podemos escolher melhor se queremos mesmo utilizar esse tijolo e onde colocá-lo.
Inúmeros de nossos problemas são causados por nossa inabilidade em perceber que cada pequena coisinha que fazemos nos aproxima de um determinado resultado e que, em alguns casos, é exatamente o que não queremos ou ainda, por optarmos não pensar nas consequências de nossos comportamentos, como se nunca fossem nos atingir, falamos depois que agimos por impulso.
Além do mais, se deixar as coisas caminharem de acordo com a “sorte”, não se responsabilizando por cada escolha feita, você está fadado a um desfecho não desejado.
Se fecho os olhos, pego um pincel e aleatoriamente molho-o em diversas cores de tinta e mexo o meu braço aleatoriamente sobre uma tela, terei um resultado muito diferente do que se eu visualizasse o que desejo pintar, planejasse como fazer isso e fosse pouco a pouco escolhendo cada tom que desejo utilizar. Além do mais, faria os movimentos adequados com a mão para alcançar aquele desenho imaginado, para que esse se reproduza à minha frente o mais próximo do idealizado.
Quando fazemos esse trabalho de perceber como cada uma das nossas escolhas nos levou a estar onde estamos, podemos então ficar mais alertas no nosso dia a dia e decidir melhor se realmente queremos ou não fazer algo levando em conta nossas experiências anteriores, bem como nos perguntar qual será o possível resultado dessa decisão.
A responsabilidade vem então como algo que deve nos acompanhar sempre e que, diferente do que muitos pensam, não pesa, mas liberta.
O peso vem justamente quando não me responsabilizo por uma escolha e sua consequência e, quando o desfecho se dá, não gosto ou não sei lidar com ele.
Por isso preste atenção em suas decisões, por mais insignificantes que possam parecer.