por Karina Simões
“Há uma oscilação nos sentimentos como forma de proteger-se das dores”
1ª) Decisão
Nessa fase, as insatisfações se tornam visíveis e não há mais diálogo entre o casal, companheirismo, prazer de estar junto. As discussões que eram mensais começam a ocorrer quase diariamente. Pesam-se novamente os prós e os contras e decide-se adiar a ruptura, apostando no resgate da relação.
O processo de decisão, por qualquer uma das partes, é lento, pois é doloroso. É assustadora a ideia de construir uma vida sozinha e é triste admitir que o relacionamento tenha de fato acabado. Há muito medo e dúvidas envolvidos, tanto por questões financeiras, quanto emocionais. Nesse momento, há um embaralho afetivo na cabeça da mulher, envolvendo as dúvidas sobre as perdas com a possível decisão.
Essa fase pode ser aberta e conhecida pelo casal, se eles optarem por discutir os problemas e encontrar soluções; ou pode ser silenciosa, sendo da iniciativa apenas de um dos cônjuges, o que prejudica muito um bom prognóstico afetivo da relação posteriormente.
A relação se transforma numa guerra ou num tédio completo, bem como numa disputa, e quem um dia foi parceiro, vira rival. O momento de decisão fica mais claro quando, ao invés de questionar o tempo todo “Como está o meu casamento?”, você indaga: “Como eu estou?” ou “O que ainda faço aqui nessa relação?” Talvez seja a hora de encarar a separação, porém com ética e respeito ao outro.
2ª) Negação
É uma fase inicial em que se começa a negar que as coisas estavam tão ruins assim. Você acha que está exagerando, jogando uma relação longa e legal pela janela por tolices, que é, portanto, só uma crise que passará como as outras. Afinal, separar é doloroso, difícil e tendemos a esquecer as coisas ruins do relacionamento para tentar aplacar a dor da ruptura.
O ser humano é ambivalente, assim como os sentimentos. Há uma oscilação nos sentimentos como forma de proteger-se das dores. Portanto, pode ser que demore um tempo para se ter a confirmação de que a decisão certa foi tomada.
3ª) Fracasso
Essa fase representa o fim de um projeto de vida, de sonhos, de um investimento emocional grande. Nesse momento, a sensação de impotência aparece de forma marcante. A pessoa pode sentir-se fraca, desprotegida e com a falsa sensação de que não vai mais refazer a vida. Parece que as relações são descartáveis, mas com o tempo você perceberá que é uma crença falsa.
4ª) Culpa
É um sentimento que aparece sempre e em consequência da incapacidade que sentimos por não conseguirmos salvar esse relacionamento. Perguntas surgem: “Onde eu errei?”; “Por que ele (ela) não gosta mais de mim?”; “O que aconteceu, por que eu?”
5ª) Rejeição
Aparece quando se estabelece uma sensação de ter sido deixada(o) pelo cônjuge. Ouvir que não é mais amada(o) faz com que a autoestima seja profundamente abalada, podendo deixar sequelas para a continuidade da vida.
6ª) Medo
O medo da solidão, do novo, de não conseguir seguir adiante, de não ser feliz um dia, de não reconstruir a vida afetiva e financeira. Como será essa reconstrução? O medo se instala, só precisa ter cuidado para não ficar paralisada(o).
7ª) Altos e baixos
Vão fazer parte do dia a dia dessa nova jornada. Há dias bons e ruins.
8ª) Começar de novo
No começo, parece desanimador e árduo enfrentar um mundo que era vivenciado a dois e agora se adaptar a ser um no dia a dia. Há o medo, a solidão e o vazio. É preciso muita coragem e é importante se fortalecer para se estruturar emocionalmente para enfrentar a nova fase. Há consciência de que a solidão a dois era aterrorizante e que agora você está diante da possibilidade de viver uma solidão saudável com você mesma e, assim, poder estar inteira num momento posterior para uma nova relação.