Por Joel Rennó Jr.
O Transtorno começa dias ou semanas após o parto e afeta 1 a cada 500 mães. Sintomas incluem manias, depressão, confusão, alucinações e ilusões.
Existem três tipos de transtornos psiquiátricos pós-parto, o mais comum é a tristeza pós-parto, também conhecido como blues puerperal, que atinge até 60% das mães e acontece nos primeiros dias que seguem o parto, podendo durar até uma ou mais semanas. Os principais sintomas do blues são: mudanças repentinas de humor, perda do apetite, ansiedade, irritabilidade e sentimento de solidão.
Além do blues, há a depressão e a psicose pós-parto. Nesses casos, os sintomas são mais fortes e podem durar mais tempo. Na depressão pós-parto, os sintomas começam a se apresentar após alguns dias do nascimento e podem durar até meses, são eles: falta de interesse sexual, perda ou ganho de peso excessivo, sentimento de incompetência, baixa autoestima, tristeza, desânimo, perda do prazer ou interesse por atividades rotineiras e isolamento social.
O transtorno pós-parto mais grave é a psicose puerperal. Trata-se de uma doença psiquiátrica em que a mãe apresenta sintomas como: delírios e alucinações, insônia, agitação, confusão mental e raiva. Pode ter relação com o transtorno bipolar e oscila entre a indiferença e a agressão, entre outros sintomas. Bom frisar que a chance de psicose puerperal em pacientes bipolares aumenta cem vezes.
As depressões acontecem por causa da queda brusca de hormônios que ocorre quando a placenta é expelida. Com a queda dos hormônios, o organismo pode ter um aumento da enzima monoaminoxidase no cérebro. Essa enzima quebra os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam o humor.
Existem fatores biológicos envolvidos nas alterações psiquiátricas do pós-parto, mas também há fatores psicológicos e sociais importantes. É cada vez maior a frequência de casos de depressão pós-parto em mães que têm conflitos familiares, gravidez não planejada e instabilidade profissional, familiar ou econômica. O mais importante é a mãe ou os familiares perceberem a alteração e procurarem ajuda. Existe tratamento para qualquer um dos três tipos de transtornos.
O tratamento do blues é bem simples, muitas vezes, apenas algumas noites bem dormidas podem resolver o quadro. Já a depressão pós-parto sempre precisa ser acompanhada por um psiquiatra. Se não houver resposta ao tratamento psicológico, em uma ou duas semanas, é aconselhável começar o tratamento com antidepressivos e psicoterapia de enfoque cognitivo-comportamental ou interpessoal.
A Psicose Pós-Parto afeta milhares de mulheres a cada ano. Os graves episódios da condição começam dias ou semanas após o parto e afetam humor, pensamento e comportamento da mãe. Sintomas incluem mania (humor exaltado), depressão, confusão, alucinações e ilusões. O tratamento nos casos da psicose puerperal, em pacientes gravemente deprimidas, com ideias suicidas e quadros de catatonia (dificuldades motoras e mudanças na reatividade ao ambiente que podem ocorrer na depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar) geralmente requer a internação hospitalar ou mesmo domiciliar pelos riscos envolvidos à mãe e ao bebê.
Não existe tratamento preventivo para a depressão pós-parto. Não há formas de prevenção, o melhor é admitir o problema e buscar ajuda. Também não é possível afirmar que a depressão ocorra apenas na primeira gravidez, não há uma regra para isso. Em cerca de 50% dos casos, a psicose pós-parto é o primeiro episódio de doença mental que as pacientes sofreram. Os outros 50% já tiveram doenças psiquiátricas. Quem sofre de transtorno bipolar é especialmente vulnerável à doença.
Fonte: www.psiquiatriadamulher.com.br