Por Rosemeire Zago
Você já teve uma dor de garganta ou ficou rouco logo depois de uma situação a qual você foi insultado, humilhado e nada conseguiu responder? Quantas vezes queremos responder a uma crítica, um comentário, um insulto, mas nos calamos para evitar maiores consequências, ou por não conseguirmos responder? Ou ainda, você já teve dor de estômago, gastrite, úlcera, e ouviu dizer que era por tantos sapos que havia engolido? O “sapo”, no caso, foram os desaforos ouvidos e “engolidos”. Quantas vezes você quis “vomitar” uma situação?
Analise você mesmo como suas emoções causam mudanças imediatas em seu físico. Lembre-se da vez em que ficou tão nervoso que teve uma diarréia. Ou ainda, quando ficou muito tenso e sentiu dor de cabeça. Quando ficou com uma alergia horrível durante anos e ninguém descobria a causa? Com um pouco de autoconhecimento podemos perceber que nosso corpo reflete nossas emoções, principalmente aquelas que reprimimos.
Existe uma área da medicina, a psicossomática, que estuda as relações mente e corpo, a influência dos fatores psíquicos nos distúrbios físicos. Profissionais da área da medicina e psicologia recorrem à psicossomática para entender a origem de determinadas doenças, as quais não estão incluídas as hereditárias, genéticas e as causadas por fatores do meio ambiente. Mas sim onde os danos são aumentados em decorrência da tensão psíquica, onde o estado emocional freqüentemente pode determinar o curso da doença.
Mas ainda há, infelizmente, muitos profissionais da área da saúde, que buscam entender apenas a doença e não a pessoa como um todo, desprezando completamente o ser humano em sua totalidade e dificultando ainda mais a remissão da doença. Muitas vezes, a própria pessoa prefere um medicamento em substituição a uma psicoterapia ou outro recurso que a ajude a trabalhar sua psique. A medicação é considerada por muitos como a melhor solução, talvez a mais fácil. É evidente que em muitos casos a medicação se torna imprescindível, mas é preciso entender que nem sempre elimina a causa, sendo apenas um paliativo que alivia os sintomas.
É importante observar se, por trás do mal físico que o aflige, há questões psicológicas sobre as quais pode-se interferir. Mas o que faz realmente com que adoeçamos? Reprimir sentimentos é uma das causas mais significativas para a causa dos males no corpo. Ou seja, as doenças surgem e se agravam por causa da dificuldade das pessoas expressarem seus sentimentos, sendo muito mais suscetíveis a manifestarem no corpo o que não estão conseguindo resolver na psique.
O fator que leva ao surgimento de sintomas somáticos ou ao agravamento de doenças é a queda na imunidade, pois as emoções atingem primeiramente o sistema imunológico. É comum quando se está enfrentando um conflito, a pessoa ficar com gripe ou surgir um herpes, que surgem quando a imunidade abaixa. Ou seja, qualquer distúrbio orgânico tem ligação com estados emocionais, conscientes ou inconscientes, recentes ou não.
Quantas vezes pensamos ter resolvido um problema que nos aflige, quando na verdade, apenas o deixamos de lado, deixando guardados em nosso coração, mágoas, ressentimentos, raiva, frustrações, que ao longo dos anos vão se somando?
O fato de não falarmos ou pensarmos sobre algo que nos machucou, não significa que não machuca mais. Pode simplesmente ter sido reprimido em nosso inconsciente e, mesmo não pensando sobre ele conscientemente, nosso inconsciente continua a atuar.
O corpo é como uma tela onde as emoções são projetadas. E as emoções negativas são projetadas em forma de doenças. Essas somatizações acontecem a curto ou longo prazo, onde cada mente e corpo reage de acordo com seu próprio tempo. Todos os sentimentos negativos que vamos guardando, podem dar origem as doenças se guardados por muito tempo.
Por isso devemos resolver as questões que nos aflige, aborrece, evitando assim que nosso inconsciente se comunique através da linguagem do corpo.
Nos demais artigos irei abordar outras questões como a necessidade de adoecer, as fases do adoecer, autopunição, culpa, repressão, resistências…