por Roberto A. Santos
Nos últimos dois anos, participei de oito processos seletivos para atuar como executivo, às vezes até concorrendo com 30 pessoas. Mas não logrei êxito na última fase, com três ou dois condidatos. Para minha surpresa, nas duas últimas, o feedback foi o de que tenho elevada auto- estima. Então pergunto: Quais são as vantagens e desvantagens de uma boa autoestima para um executivo?
Seu CV parece muito bom para ter dificuldades nos processos seletivos. Estranho a colocação das empresas que atribuem a escolha de outros candidatos pela sua elevada autoestima.
Entretanto, existe uma tendência de comportamento que transforma um ponto forte exacerbado em um ponto fraco. Clique aqui e leia meu artigo sobre o tipo “Arrogante”. Acho que ao lê-lo, poderá entender sobre o quê me refiro. O exagero da autoconfiança, auto-estima, pode fazer, principalmente quando estamos sob estresse, que mostremos prepotência, arrogância e super-estimativa de nossas habilidades, sem nos darmos conta.
Leia o artigo, e espero que consiga ajudá-lo. Além disso, se puder, leia o livro: 'Por que os Executivos Falham', de Peter Cairo e David Dotlich, que trata deste problema e outras dez tendências de descarrilamento de carreira.
Mudança radical de profissão é um pulo no escuro?
Estou num grande impasse. Sou graduada em secretariado executivo e sempre trabalhei na aviação, mas descobri que não faço o que gosto, é um trabalho que me custa muito fazê-lo. Há seis meses decidi fazer pedagogia e estou adorando o curso mas todos me desanimam.Penso em fazer logo docência universitária e atuar na área. Ainda não estou na área da educação. Será que estou dando um pulo no escuro?
Resposta: É muito comum as pessoas começarem uma carreira pela necessidade profissional e com o amadurecimento, buscar sua verdadeira vocação, como pode ser o seu caso.
Sem dúvida, a área de pedagogia não está entre as de maiores oportunidades profissionais. Se você começou há seis meses, ainda lhe faltam três anos e meio para ser docente universitária, precisará pelo menos da licenciatura e depois um mestrado, o que significa dois ou mais anos.
Portanto, você tem uma carreira profissional atual como secretária que deve lhe garantir seu sustento e tem uma vocação que poderá se materializar dentro de seis anos, onde muita coisa poderá acontecer.
Uma alternativa a considerar é a migração, dentro da empresa de aviação onde trabalha, para a área de treinamento da empresa – outro ótimo campo para pedagogas. Desta forma, poderia compatibilizar as duas coisas.
Quanto ao desânimo trazido por outras pessoas, pense que você deverá viver sua vida por suas experiências e conhecimentos, e não por frustrações, preconceitos e desinformação das outras pessoas. Persiga seus sonhos e suas vocações, pois sua infelicidade por abandoná-los não será resolvida por aquelas pessoas.
Meu supervisor de estágio me desmotiva muito
Sou estagiária na universidade e meu supervisor é muito exigente. O que me faz causar um certo medo, pois nada está bom. Isso me desmotiva muito. Como devo agir?
Resposta: Que lamentável que numa instituição cuja missão primordial é a de formação de jovens como você, existam supervisores que desmotivem alunos em seu início de carreira. Contudo, esta é a realidade que você vai encontrar em sua vida profissional: personalidades desajustadas por frustrações pessoais, geralmente enraizadas na infância. Neste caso citado, provavelmente, seu supervisor contou com pais super exigentes e acaba copiando um modelo que o atormentou e lhe deu insegurança para sua vida profissional e acadêmica.
Bem, este é um lado da história… De sua parte, você entra nesta relação com uma grande expectativa de reconhecimento. Quando esta não é atendida, você se frustra e se abala, quando o feedback do supervisor exigente pode ser válido para uma formação de melhor nível – intenção que deveria ser agradecida até.
Se a verdade está no perfeccionismo desmedido do professor ou em sua dificuldade de receber feedbacks negativos, deixo para sua reflexão. O que poderia lhe sugerir é a tentativa de “blindar” mais seu ego quanto a estes feedbacks, tentando captar o que tem de válido para seu desenvolvimento. Procure observar também se você não está recebendo feedbacks positivos que estão sendo “abafados” pelo seu foco mais no negativo do que no positivo.