por Joel Rennó Jr.
Resposta: Quando falamos em “climatério” temos que entender que é o período de transição da vida da mulher entre a fase reprodutiva e a fase não reprodutiva. Inicia-se, em geral, aos 41 anos de idade e estende-se até os 65 anos. Engloba portanto os períodos da perimenopausa – fase de transição que marca o fim da vida reprodutiva – e pós-menopausa.
A perimenopausa ocorre, em média, aos 46 anos de idade e caracteriza-se por intensas flutuações dos níveis de estrógeno e progesterona (hormônios sexuais femininos). Nesse período, a mulher pode apresentar duas vezes mais chances de ter sintomas psíquicos, principalmente os depressivos (tristeza, desânimo, falta de energia, falta de prazer ou interesse por atividades habituais, pensamentos negativos, diminuição da atenção e concentração, alterações do apetite e sono) e ansiosos.
Os sintomas chamados “vasomotores” como os fogachos (ondas de calor com ou sem sudorese) são comuns também e geralmente são acompanhados de taquicardia ou “palpitação”. A insônia também costuma ser frequente nas mulheres perimenopausadas. A classificação do período de perimenopausa é até um ano após a menopausa. Para deixar claro: para a mulher ser considerada menopausada ela tem de ficar sem menstruar por um ano inteiro, sem outras causas causadoras da amenorreia (ausência de menstruação). No Brasil, a idade do início da menopausa gira ao redor dos 52 anos de idade.
O tratamento dos sintomas da menopausa é variado. Mudanças de hábitos de vida (alimentares, exercícios físicos, gerenciamento de estresse) são importantes. A terapia hormonal por curto período de tempo é indicada em alguns casos, geralmente na perimenopausa. A terapia hormonal ajuda nos sintomas físicos como os fogachos, no combate à osteoporose (rarefação óssea extrema com riscos de fraturas espontâneas). Quadros depressivos e ansiosos leves também respondem à terapia hormonal. Até mesmo a memória pode, em casos específicos, melhorar com a terapia hormonal.
Porém, só o médico ginecologista, após ampla avaliação do histórico médico da paciente, pode instituir tal terapia por tempo limitado (no máximo 3 anos). Há algumas contraindicações como episódios de tromboembolismo (problemas de coagulação sanguínea), doença hepática, risco de câncer de mama, entre outros, que precisam ser ressaltados.
Os antidepressivos costumam ajudar tanto no combate aos fogachos quanto para os sintomas depressivos e ansiosos. Não são todos os antidepressivos que podem ser prescritos nesse período de vida da mulher. Deve-se dar preferência aos que não aumentam peso ou não causam diminuição da libido (desejo sexual).
Atenção!
Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.