por Eduardo Ferreira Santos
Resposta: Embora seja relativamente fácil reconhecer na prática clínica a diferença entre um Transtorno Neurótico e Psicótico, não é claramente possível distinguí-los a nivel conceitual, pois ambos se caracterizam muito mais pela sintomatologia apresentada do que por definicões específicas.
No entanto, a raiz da diferenciação de ambos os diagnósticos está localizada no grau de reconhecimento do próprio paciente de sua enfermidade.
Por exemplo, o portador de sintomas neuróticos (em suas mais variadas formas) tem uma certa crítica de que “algo de errado” está acontecendo consigo, enquanto o psicótico não tem essa crítica e atribui seus sintomas (se é que os reconhece) como derivados de causas externas e mesmo sobrenaturais.
Talvez um exemplo deixe isso mais claro: uma pessoa com um Transtorno Obsessivo Compulsivo (considerado uma neurose) é capaz de perceber que seus pensamentos são intrusivos, imperiosos, acompanhados de “pensamentos mágicos (de que se não fizer tal coisa, poderá ocorrer uma catástrofe) e que, embora não tenham um sentido claro, obrigam-na a realizar determinados atos que absolutamente não se justificam.
Já um paciente com um Transtorno Paranoide se sente perseguido e acredita mesmo que haja algum nivel de conspiração contra ele, embora não consiga justificá-lo.
Em última análise, pode-se dizer, então, que a grande diferença entre essas duas “patologias” está na presença da CRÍTICA e do JUÍZO presentes na neurose e ausentes na psicose.
Há uma velha brincadeira que diz o seguinte: “o neurótico CONSTRÓI castelos e o psicótico MORA neles”, além de que o terapeuta é quem cobra o aluguel!”