Qual é o sentido da vida?

Muitos procuram, em vários caminhos intelectuais, racionais, o sentido da vida.

Procuram nas áreas do conhecimento, nos livros, nos debates extensos, nas rodas de conversa, estudos acadêmicos.

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Todo são importantes, sem dúvida. São caminhos para se tentar tocar os céus de nossas sensações de busca de completude.

Caminha-se no escuro, agarra-se aos ombros de professores, amigos, inimigos, relacionamentos amorosos.

Tropeça-se, caminha-se firme, segue nessa busca incessante.

No escuro ou no claro a caminhada continua das mais diversas formas, até por meio de consumo de drogas, álcool, credos, crenças, autoajuda, afundando o subjetivo da vida no mais movimentado oceano das certezas e incertezas.

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Onde está o caminho do sentido da vida?

Está em todos esses que mencionei também.

Ah! Essa você não esperava.

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Sim, está em todos os vieses, curvas, medos, acertos, insights, amores, desamores, dor e alegrias…encontros e suicídios.

No Zen Budismo os encontros revelam o sentido da vida e o sentido da vida se revela em encontros.

Encontros onde tocamos a nossa natureza.

E, a nossa natureza é de tudo o que vivemos, trazemos em nós e mobilizamos e adormecemos também.

Em uma roda incessante em movimento, a nossa existência se imprinta no presente momento.

Olhar Zen revela encontros.

Assim, encontrei a minha vovó na pia de minha cozinha.

O inusitado é o caminho da mente profunda.

Tudo está interconectado e intersomos com tudo o que existe, bem antes de definirmos passado, presente e futuro.

Assim Xaquiamuni Buda nos fez compreender.

Lavando a louça toquei as mãos de minha amada avó

Na pia de minha casa, em plena limpeza dos utensílios do almoço, ao lavar um determinado prato, rodando a bucha com detergente em movimentos aleatórios, dispersos, respirei e trouxe a minha atenção para o que estava fazendo.

De repente vi as marcas das pinceladas feitas por minha avó naquele prato de porcelana. A textura da tinta e os riscos dos pelos do pincel no desenho macio em flores.

Fui até às suas mãos e ao perfume da tinta.

Memórias coloriram aquele momento e… o lavar a louça adquiriu o sentido da vida.

Em gratidão continuei.

Aquela louça fora pintada por ela, já há uns bons anos atrás, talvez 45 anos…

Mas, o encontro, não com apenas uma memória, mas com a sua arte, amor e dedicação, tornaram-se pinceladas em meu coração e a esponja passou a acariciar o prato em profundo sentimento de gratidão.

O sentido da vida está, ou se revela, ou se manifesta, quando a nossa consciência vê em profundidade tudo o que fazemos no aqui e no agora.

Em meu DNA há a minha avó, que se reconheceu nesse momento, que saltou em meu ventre sanguíneo.

Você acredita que está separado, separada de pessoas, de sua história?

Você acredita ser separado, separada de amigos, conhecidos, desconhecidos?

Você acredita ser separado, separada de todas as formas de vida que tornam você possível???

Siga o caminho mais simples

Identifique o sentido de sua vida na simplicidade de cada ato e desmistifique falsas ideias.

O caminho está embaixo de seus pés.

Seus pés brilham, suas mãos, suas inseguranças.

Respire. Fique apenas alguns momentos no presente.

No presente o sentido da vida, bem diante de seu nariz.

Aprecie, observe, contemple, descanse e verá, será, é.

No assim como é: NyoZen