por Lilian Graziano
Costumo dizer que a falta de caminhos a seguir, diante de determinadas situações, é muito mais falta de autoconhecimento que de alternativas.
É certo que novas soluções, para novos ou velhos problemas demandam de nós certo esforço e criatividade.
Mas, na confusão em que muitas vezes nos encontramos, basta só conhecermos nossos próprios limites e potencialidades, características que nos acompanham ou desenvolvemos ao longo da vida que, de certa forma, constituem nossa essência. Elas darão pistas sobre aquilo que queremos e podemos fazer para transpor qualquer obstáculo.
Retornar a essa essência esbarra, invariavelmente, em nossa assinatura de forças pessoais (veja aqui), recursos que podemos lançar mão perante os desafios e que também constituem nosso perfil comportamental.
Um exemplo muito comum que me chega ao consultório/sessões de coach é o daqueles casos em que o paciente/coachee enfrenta a necessidade de mudança de vida, de carreira, de emprego e não sabe muito bem o que fazer, como seguir adiante, por estradas que o satisfaçam mais.
É nesse momento em que se deve pensar naquilo que, ao longo da vida, sempre se fez com prazer, lugares sempre aprazíveis, pessoas com quem sempre gostou de conviver. Pois é algo que sempre fez parte de nós que, na maioria das vezes, nos transforma naquilo que, definitivamente, se quer ser.
Parece óbvio, mas o autoconhecimento não é fácil. Atingi-lo, muitas vezes, é tarefa para anos de autoanálise e reflexão.
O fato é que “algum dia, em qualquer parte, em qualquer lugar, indefectivelmente, encontrar-te-ás a ti mesmo e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga das tuas horas”, diz Pablo Neruda. Otimista que sou, e positiva que tende a ser minha visão das coisas, penso que a amarga hora é só aquela em que, encontrando-nos a nós mesmos nos damos conta de que onde estamos não podemos ficar. Isso para, então, nos reconciliarmos com nossas forças e seguir em um caminho mais propenso à felicidade.