por Elisandra Vilella G. Sé
"A felicidade não depende de coisas exteriores, mas sobre a forma como as vemos"
Leo Tolstoy
A busca da felicidade é um desejo que toda humanidade compartilha. Viver uma vida alegre, com satisfação, prazer, saúde, rica e gratificante é o desejo de todos.
Todos querem a felicidade, é um desejo humano universal. Mas é um desejo difícil de satisfazer e sabemos que é muito difícil alguém ter tudo o que quer a toda hora e sentir só emoções positivas e prazerosas.
A vida emocional é uma montanha-russa que nos leva nas alturas e ao desespero.
Todas as emoções têm sua função em uma vida saudável. Não somos robôs nem maquinas e é impressionante como podemos viver várias emoções ao longo da vida, ver como podemos passar por várias vicissitudes na vida e ainda continuar bem.
Por muito tempo, a felicidade tem sido tema para poetas e filósofos, mas nos últimos anos, pesquisadores da área da neurociência têm estudado a felicidade, o bem-estar, a sensação de prazer e satisfação com a vida.
As principais perguntas das pesquisas são:
"Quais são as fontes de felicidade?";
"Existe o segredo da felicidade?";
"Por que é tão difícil manter a satisfação?";
"Será que alcançar a felicidade está relacionado com a forma com que seu cérebro é estimulado ao longo da vida?".
Estas questões intrigam neurocientistas e psicólogos, entre outros estudiosos da área da cognição social a fim de tentar descobrir se bem-estar, sensação de felicidade, satisfações estão relacionadas com a atividade cerebral em determinadas áreas do cérebro.
Desde 1980, o psicólogo americano Edward Diener – pioneiro no estudo da felicidade – realizou um estudo em todo o mundo analisando comunidades diversas e sua pergunta de pesquisa foi saber quanto a pessoa está feliz numa escala de 0 a 10 e analisou também ondas cerebrais (exame de eletroencefalografia). Diener pôde verificar também que os hormônios, como o cortisol que reflete o estresse, por exemplo, também tem influência na maneira como as pessoas pontuavam suas respostas sobre felicidade. Suas descobertas têm sido confirmadas depois por neurocientistas, outros psicólogos e economistas. Diener constatou que pessoas mais saudáveis têm relacionamentos melhores, vida sexual melhor, uma boa carreira profissional são, consequentemente, mais felizes.
Outros estudos na área de neurologia demonstram que as pessoas mais felizes apresentam uma maior atividade em um determinado centro do hemisfério esquerdo do cérebro: o córtex pré-frontal esquerdo. Essa região do cérebro está relacionada às emoções e sentimentos positivos. Situações, pensamentos, atitudes e atividades capazes de produzir sentimentos de felicidade têm a propriedade de ativar o córtex pré-frontal esquerdo. E o córtex pré-frontal direito, ao contrário, está relacionado a situações desagradáveis e sensações sofrimento emocional. As pessoas que sofrem de depressão possuem uma maior atividade neuronal nessa área do cérebro.
Sentimentos mudam ao longo da vida
Sabemos que os sentimentos mudam ao longo da vida. A vida é desafiadora e as emoções são como montanha uma montanha-russa, os amores se vão, as feridas cicatrizam, o tempo transforma. Sempre estamos tendo intuições fortes sobre como as situações e circunstâncias da vida, de relacionamentos, trabalho, saúde vai nos fazer feliz. Queremos que tudo nos deixe mais feliz e por mais tempo. Quando não podemos mudar as circunstâncias, as vicissitudes da vida, mudamos a maneira como pensamos sobre elas. Nem percebemos como isso acontece. Mas é a facilidade de adaptação do ser humano, a capacidade de resiliência (resistência de autossuperação). Capacidade de lançar mão de estratégias de enfrentamento para lidar com os eventos adversos ao longo da vida. Dentro de nós está a capacidade de superação de problemas.
Pesquisas apontam que são muitos os determinantes que contribuem para alcançar a felicidade. Não existe um segredo. A felicidade é uma experiência que vai e vem. Não dá para colocarmos uma etiqueta na felicidade. O segredo é que não há segredo. A felicidade independe de buscas, de conquistas. Mas não está errado em ter objetivos e se esforçar para atingi-los, porém, estes são os caminhos.
O segredo talvez esteja em ter um ideal, um propósito de vida.
É uma escolha que fazemos e que envolve relacionamentos significativos com família e amigos, companheirismo, saúde, educação, autonomia, independência, resiliência, apoio social, formas de enfrentar a vida, ter pensamento positivo etc.
Procurar temperar os ingredientes que nos faz felizes. A prática da vida impõe esse aprendizado. Mudando seus sentimentos para o bem, terá bons pensamentos e assim, terá determinação de praticar essa escolha para sua vida ser feliz, sem maiores problemas.