O tema sobre o qual mais se fala atualmente é sobre a pandemia. Sobre o acometimento de todos os países pelo novo coronavírus. Algumas pessoas estão muito amedrontadas e outras em processo de negação, assim como pode acontecer quando alguém recebe o diagnóstico de uma doença qualquer. Existem algumas fases bastante estudadas pela psicologia quando se trata de luto. Tratamos por luto qualquer situação de perda, podendo ser doença, morte, término de relação etc. E as fases que podem acontecer em qualquer ordem e até voltarmos para alguma que já passamos são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Mas não vou me aprofundar nelas, pois não é essa minha intenção nesse texto.
Meu intuito é propor uma reflexão diante desse momento de reclusão e de tantas mudanças abruptas. Estamos quase todos fechados em casa, saindo somente para comprar comida ou fazer algo bastante urgente e/ou importante.
O que o isolamento social traz?
Esse isolamento traz para cada um diferentes sentimentos, questões, dores e possíveis aprendizados. Muito do que aparece não é novidade, só estava deixado de lado pela correria do dia a dia e agora tendo menos distrações, esses conteúdos vêm à tona mais fortes. Cabe a cada um de nós percebermos quais são as dores que estão vindo com mais frequência; quais os conteúdos e como se está lidando com estes.
Agora é uma excelente oportunidade de utilizarmos esse casulo para nós trabalharmos e podermos sair como borboletas. Novos seres que se permitam se trabalhar e se conhecer mais, compreendendo que a dor só existe, pois há algo ali a ser olhado. Seja a dor da solidão, seja a dor de ter que lidar com questões das relações com as pessoas com as quais você mora junto, seja a dor do medo da escassez financeira, seja a dor do tédio, a dor de estar trabalhando demais etc.
Olhe um pouco mais para si
Cada pessoa está sendo convidada a olhar um pouco mais para si e para o que lhe aflige. Fomos colocados em um contexto completamente novo e diferente para a grande maioria de nós e com isso nossa rotina está totalmente alterada. Nossos hábitos e automatismos não têm como se manter os mesmos. Um espaço se abre. Um espaço que pode ser bem utilizado e assim o que hoje dói e incomoda, pode se transformar em aprendizado e evolução.
Assim como toda doença tem um sentido psicossomático, ou seja, um porquê de ela ter se manifestado, sendo um sinal de algo que está acontecendo com nosso organismo, tendo sempre alguma origem ou relação na nossa parte emocional. Na minha visão, assim também o é agora com essa pandemia. Ela só se manifesta desse modo, mundialmente, acometendo todos os seres humanos, pois há algo para todos como humanidade, bem como cada um de nós, aprendermos. E conforme formos apreendendo o que precisamos, o vírus não terá mais função e se dissipará, seja conosco desenvolvendo anticorpos, seja com a descoberta de uma vacina, ou outra solução que surgirá no momento adequado.
Sigamos fortes e confiantes, com cada um se responsabilizando por si e por suas decisões e comportamentos.