Podemos conferir uma série infindável na história de catástrofes e tragédias que colocaram em risco declarado a preservação da raça humana.
Podemos relembrar algumas situações que ocorreram fora do controle humano e outras tantas que poderiam ter sido amenizadas ou até mesmo evitadas pela ação do homem.
Um exemplo de uma situação imprevisível foi a erupção do vulcão Monte Vesúvio que destruiu as cidades romanas Herculano e Pompéia. Suas larvas cobriram essas cidades, deixando aproximadamente 20 mil corpos de pessoas e animais petrificados.
Por outro lado, vemos situações como subprodutos da ação predadora/descuidada do ser humano como desordens no meio ambiente provocando desastres ecológicos, epidemias, pandemias e etc.
Como bem registrados temos, a Peste Negra (1347-1351), a Gripe Espanhola (1918-1919), Epidemia da Varíola no México (1520-1521), Hantavírus na Inglaterra (1485-1551), AIDS (no século XX), I Guerra Mundial, II Grande Guerra… Todas essas tragédias com mortandade avassaladora.
Outras ainda como explosão do reator nuclear de Chernobyl e o contemporâneo acontecimento no Golfo do México com o vazamento de mais de 400 mil barris de petróleo despejados no mar.
Nada tira mais do homem a sua dignidade do que a doença e a fome (morrer por inanição é imperdoável).
O novo coronavírus
Hoje estamos diante de uma nova calamidade, a pandemia causada pelo COVID-19, um vírus que tem invadido a Terra deixando a população a mercê de tentativas de controle vindas de políticas governamentais controversas, da precariedade de condições, da injusta distribuição de renda e de recursos, e por outras de tantas ações de ajuda movidas pela COMPAIXÃO.
Fomos convidados a nos recolher, a nos distanciar uns dos outros para evitar contágio, propagação… A grande maioria foi se esconder em seu canto. Alguns em seu ninho confortável, outros em sua gaiola e outros quase ao relento. A estatística assusta pela quantidade de mortes, pela ausência de infraestrutura para o tratamento, pelas consequências (em todos os seguimentos da vida), pela ausência de definição. Não sabemos ao certo quanto tempo essa calamidade vai durar!
Quaresma
Mas é quaresma, momento importante do calendário cristão, que tem inicio na quarta-feira de cinzas e termina na Páscoa perfazendo 40 dias. Nesse período somos convidados a refletir sobre a morte e ressurreição de Cristo, sobre nossa condição de peregrinos frágeis, sobre como temos vivido, sobre nossas prioridades… Enfim, somos convidados a refletir se o nosso barco está seguro e em boas mãos ou se descontroladamente se perde pela corredeira por conta das necessidades que estabelecemos de ponta cabeça.
Meu olhar questionador tem preferido olhar para minha quarentena sendo invadida pela quaresma. Tenho andado silenciosa, recolhida no abraço, pensativa e tão dolorida que me peguei hoje no comecinho da noite, olhando para o calendário cristão e sonhando com Jesus me dizendo que os temores vividos neste abril serão transformados em brisa suave feito do pólen que, com certeza, anunciará a chegada das flores de maio.
E assim, descansei em paz e dormi o sono dos inocentes.
(e cheios de compaixão)